"Chegámos ao limite": Climáximo coloca cartazes na fachada da GALP para o fim dos combustíveis fósseis
Coletivo destaca as graves consequências da crise climática, como as cheias em Valência e os fogos na Califórnia.
Vários apoiantes do Climáximo colocaram cartazes na fachada da sede da GALP, na manhã desta quinta-feira. "Chegámos ao limite. Não queremos este cenário todos os anos. Parar o fóssil já!", pode ler-se nos cartazes.
João Neto, designer gráfico e porta-voz da ação, afirma que "2024 ficará para a história como o ano do overshoot climático", referindo-se ao facto de, nesse ano, o aquecimento global ter ultrapassado o limite crítico de 1,5ºC acima dos níveis pré industriais. João Neto ressalta as várias catástrofes dos últimos tempos, como as cheias em Valência, que mataram 230 pessoas e desalojaram mais de 36 mil, e os atuais incêndios florestais nos Estados Unidos, que acontecem "em pleno inverno numa região com um clima temperado, tal como o nosso", explica.
No comunicado do Climáximo, o coletivo relembra que, se a temperatura continuar a subir ao ponto de o aquecimento global ultrapassar os 1,5ºC durante vários anos seguidos, serão ultrapassados "limites químicos e físicos irreversíveis que vão piorar as consequências da crise climática". João Neto reforça, ainda, que as consequências podem afetar diretamente a população, com a destruição de colheitas, o aumento de doenças e de mortes. "É um inferno na Terra, é uma guerra contra as pessoas e a Natureza", afirma.
Apesar das evidências, o grupo ainda acredita numa reviravolta e culpa as grandes empresas pelo apego aos combustíveis fósseis. "Dizem que não conseguimos viver sem estes combustíveis mas, na realidade, os únicos que não sabem viver sem os fósseis são eles, porque os levaria a perder os seus lucros", referem.
O Climáximo aproveitou a ocasião para expressar "a sua solidariedade com todas as pessoas que perderam casa e pessoas que amavam este último ano devido à crise climática", e chamam "todas as pessoas para parar de aceitar este sistema, e começarem a defender a vida e o clima", pode ler-se no comunicado divulgado.
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