Cirurgias urgentes em risco nos hospitais
Ordem dos Médicos alerta para falta de anestesistas. Garcia de Orta em rutura.
A falta de anestesistas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde está a colocar em risco a capacidade de assistência nas Urgências. O aviso foi feito esta terça-feira pelo presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Lourenço, que referiu que a falta de anestesistas é um problema transversal nos hospitais da Área Metropolitana de Lisboa.
As declarações de Alexandre Lourenço foram feitas no âmbito de uma visita ao Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, onde o risco de rutura nas cirurgias urgentes levou a que a administração pedisse medidas de "exceção" ao Governo. Em causa, por falta de médicos anestesistas no HGO, estão não só as cirurgias de ambulatório, como também as operações programadas.
E acresce, por exemplo, o risco de muitas grávidas terem de ser transferidas para outros hospitais em Lisboa. Nos últimos anos, o HGO perdeu 13 anestesistas (40%) para o setor privado.
Contactado pelo CM, o Ministério da Saúde disse que está a acompanhar a situação e que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo também foi envolvida. Entretanto, o CDS questionou o Governo sobre a falta de anestesistas no Garcia de Orta.
PORMENORES
Privado paga mais
Ao CM, fonte do Hospital Garcia de Orta afirmou que "os recursos aumentaram nos últimos 5 anos, em 15% na Ortopedia e 50% na Cirurgia Geral, mas a disponibilidade dos profissionais para a escala de urgência tem vindo a reduzir-se", em grande parte devido aos valores mais elevados pagos pelo setor privado.
Assistência garantida
O recurso a médicos prestadores de serviço para colmatar o défice nas escalas tem sido insuficiente, refere fonte do Hospital Garcia de Orta. Nenhum doente urgente deixou de ser assistido e todas as cirurgias programadas consideradas prioritárias têm tido uma resposta adequada.
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