Comissão de utentes alerta que serviço fluvial Seixal-Cais do Sodré voltou a ter supressões

Utentes do Seixal, onde desde maio foi lançada a operação 100 por cento elétrica, têm-se queixado de supressões registadas antes e depois da colocação dos novos navios elétricos.

26 de setembro de 2025 às 18:38
Cacilheiro no Tejo em Almada, junto ao cais do Ginjal Foto: Pedro Catarino
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A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal alertou que o serviço entre Seixal e Cais do Sodré voltou a ter supressões, deixando os passageiros sem uma ligação na tarde de quinta-feira e duas na manhã desta sexta-feira.

Cristina Pereira, da comissão de utentes, lamentou à agência Lusa que as supressões tenham voltado à ligação entre o Seixal e o Cais do Sodré (Lisboa), dois dias depois de a presidente do conselho de Administração da Transtejo Soflusa ter considerado, numa audição parlamentar, que o projeto da frota elétrica de navios está a funcionar e que o serviço tem melhorado, apesar de admitir que a empresa tem falhado para com os utentes.

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Segundo a comissão de utentes, na quinta-feira foi suprimido o barco das 16h30 e esta sexta-feira foram suprimidos os barcos das 10h10 no sentido Seixal-Cais do Sodré e das 10h50 no sentido Cais do Sodré-Seixal.

A Transtejo Soflusa (TTSL) é responsável pelas ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas (Almada), Barreiro e Trafaria/Porto Brandão (Almada), no distrito de Setúbal, e Lisboa.

Os utentes do Seixal, onde desde maio foi lançada a operação 100 por cento elétrica, têm-se queixado de supressões registadas antes e depois da colocação neste percurso dos novos navios elétricos, tendo o assunto sido alvo de audições parlamentares realizadas esta semana.

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Na terça-feira foram ouvidas no parlamento a comissão de utentes e a presidente do Conselho de Administração da Transtejo Soflusa, Alexandra Ferreira de Carvalho.

Alexandra Ferreira de Carvalho explicou que a operação elétrica começou no Seixal em maio, tendo o número de supressões diminuído em junho, julho e setembro, assim como a necessidade de recorrer a navios a diesel.

"No mês de julho a única ligação que não teve qualquer supressão por avaria foi exatamente a ligação do Seixal", disse.

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A análise da responsável da Transtejo Soflusa (transportadora fluvial entre os distritos de Lisboa e Setúbal) sobre o funcionamento do serviço no Seixal, onde a ligação é feita com três navios adstritos, contrasta com a posição da Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal.

Cristina Pereira, da comissão de utentes, disse aos deputados que a ligação fluvial entre o Seixal e o Cais do Sodré (Lisboa) tem sucessivas supressões "sem motivo e sem justificação" e que os passageiros do Seixal têm a noção de que o início da operação elétrica naquela estação "é um presente envenenado".

Hernâni Magalhães, também do grupo de cidadãos, criticou o facto de terem sido criados novos horários que não beneficiaram os utentes.

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Já a presidente do Conselho de Administração da Transtejo Soflusa disse aos deputados que a empresa está a fazer um esforço para que a operação corra bem, classificando o projeto como inovador e ambicioso.

Na quarta-feira, foi ouvida a secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, que anunciou que, até ao final do ano, a ligação fluvial entre o Montijo e Lisboa passará a ser feita por navios elétricos, e que o mesmo acontecerá em 2026 em Cacilhas.

Segundo a secretária de Estado, quando estes navios estiverem a operar nas três linhas (Seixal, Montijo e Cacilhas) poderão ser libertados os navios antigos para criar redundância nas outras duas que classifica como fundamentais: Barreiro e Trafaria.

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"Estamos conscientes dos atrasos e supressões, mas também estamos confiantes [de] que, à medida que vamos colocando em operação o que estava previsto, Montijo e depois Cacilhas, vamos libertar os catamarãs nessas ligações e colocar ao serviço das outras ligações", disse.

A frota total prevista para operar no rio Tejo é de 10 navios elétricos, mas segundo a presidente do Conselho de Administração da Transtejo, dois não têm ainda certificado de navegabilidade, um está com uma avaria, seis estão operacionais e um último ainda está em testes.

Segundo dados disponibilizados pela secretária de Estado, 670 milhões de pessoas usam os transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa e destes 21 milhões utilizam a Transtejo-Soflusa.

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A ligação entre o Seixal e o Cais do Sodré é usada anualmente por um milhão de pessoas.

A agência Lusa contactou a Transtejo-Soflusa para obter esclarecimentos sobre as razões que levaram às supressões registadas na quinta-feira e hoje na ligação entre o Seixal e o Cais do Sodré, mas até ao momento não obteve resposta.

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