Covid-19 teve impacto maior na Europa porque gripe "foi muito ligeira" em 2019, diz especialista

Infeciologista Jaime Nina considera ainda que transportes públicos são "ponto nevrálgico" da transmissão.

27 de setembro de 2020 às 08:49
Coronavírus nos transportes
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O infeciologista Jaime Nina explicou hoje que a covid-19 teve um impacto maior do que seria de esperar na Europa e na América do Norte porque a gripe em 2019 "foi muito ligeira".

"Muitos idosos que teriam morrido de gripe em 2019 não morreram e, portanto, havia um 'pool' de gente vulnerável maior do que era habitual e que apanhou com a covid", disse em entrevista à agência Lusa o professor na Universidade Nova de Lisboa, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical e da Faculdade de Ciências Médicas.

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Questionado se a segunda "onda" da doença pode ser pior do que a primeira, Jaime Nina afirmou perentoriamente: "sem dúvida nenhuma".

Transportes públicos são "ponto nevrálgico" da transmissão

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O infeciologista Jaime Nina defendeu que é necessário quadruplicar a oferta dos transportes públicos para permitir a distância necessária entre os passageiros, considerando que são um "pontos nevrálgico" da transmissão da covid-19.

"Os transportes públicos é um dos pontos nevrálgicos da transmissão", afirmou, defendendo que "para manter o distanciamento, os autocarros, os comboios e o Metro deviam ter fila sim, fila não, com passageiros".

Mas para isso era preciso "ter quatro vezes mais carruagens, autocarros, e quatro vezes mais motoristas e maquinistas", disse o infeciologista do Hospital Egas Moniz em entrevista à agência Lusa, a propósito do agravamento da situação epidemiológica da covid-19.

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