Covid-19 teve impacto maior na Europa porque gripe "foi muito ligeira" em 2019, diz especialista
Infeciologista Jaime Nina considera ainda que transportes públicos são "ponto nevrálgico" da transmissão.
O infeciologista Jaime Nina explicou hoje que a covid-19 teve um impacto maior do que seria de esperar na Europa e na América do Norte porque a gripe em 2019 "foi muito ligeira".
"Muitos idosos que teriam morrido de gripe em 2019 não morreram e, portanto, havia um 'pool' de gente vulnerável maior do que era habitual e que apanhou com a covid", disse em entrevista à agência Lusa o professor na Universidade Nova de Lisboa, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical e da Faculdade de Ciências Médicas.
Questionado se a segunda "onda" da doença pode ser pior do que a primeira, Jaime Nina afirmou perentoriamente: "sem dúvida nenhuma".
Transportes públicos são "ponto nevrálgico" da transmissão
O infeciologista Jaime Nina defendeu que é necessário quadruplicar a oferta dos transportes públicos para permitir a distância necessária entre os passageiros, considerando que são um "pontos nevrálgico" da transmissão da covid-19.
"Os transportes públicos é um dos pontos nevrálgicos da transmissão", afirmou, defendendo que "para manter o distanciamento, os autocarros, os comboios e o Metro deviam ter fila sim, fila não, com passageiros".
Mas para isso era preciso "ter quatro vezes mais carruagens, autocarros, e quatro vezes mais motoristas e maquinistas", disse o infeciologista do Hospital Egas Moniz em entrevista à agência Lusa, a propósito do agravamento da situação epidemiológica da covid-19.
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