CP rejeita acusações de revisores e assegura cumprimento de acordos e segurança

Sindicato organizou greve parcial até 13 de novembro.

03 de novembro de 2025 às 19:33
CP Foto: António Pedro Santos/Lusa
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A CP -- Comboios de Portugal garante cumprir acordos laborais e segurança nas circulações, mas o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) reitera as críticas sobre escalas, sobrelotação e carruagens incompatíveis que motivaram a greve parcial até 13 de novembro.

Em comunicado emitido esta segunda-feira, o Conselho de Administração da empresa "nega, de forma categórica, que exista qualquer circulação de comboios que coloque em causa a segurança dos seus trabalhadores e dos seus clientes", assegurando que todas as intervenções de manutenção do material circulante são escrupulosamente executadas pela empresa" e que os planos de inspeção "são cumpridos de acordo com o Manual de Manutenção".

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A reação surge no primeiro dia da greve parcial convocada pelo sindicato que acusou a CP de incumprir um acordo celebrado em julho de 2023, que previa, entre outros pontos, a "humanização" das escalas de serviço dos revisores, e de ignorar alertas sobre alegadas "questões graves de segurança", como comboios sobrelotados e composições que excedem o tamanho das plataformas de embarque.

A CP lamenta que a paralisação tenha sido convocada "com base em argumentos que não refletem a realidade dos factos", embora reconheça o direito à greve como um direito constitucional.

A empresa garante que "o acordo existente sobre as escalas de serviço dos operadores de revisão e venda se encontra integralmente cumprido" e lembra que "os ajustes reivindicados foram implementados em maio de 2025".

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De acordo com a CP, desde o início do ano foram contratados 28 operadores de revisão e venda, estando previsto o ingresso de mais 21 trabalhadores ainda em novembro.

O Conselho de Administração sublinha que a empresa "mantém o compromisso de melhorar as condições de trabalho e o serviço prestado aos clientes", manifestando disponibilidade para dialogar com as organizações sindicais "para encontrar soluções que beneficiem trabalhadores" e passageiros.

Do lado do SFRCI, o presidente Luís Bravo disse à Lusa que, no primeiro dia da greve, foram suprimidos dois comboios --- o Intercidades Lisboa-Porto e uma ligação Lisboa-Valença --- e alertou que "nos próximos dias podem ser suprimidos mais".

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Quanto às contratações referidas pela CP em comunicado, considerou que não são suficientes face às vagas deixadas, por exemplo, por aposentação.

Sobre as escalas longas, Luís Bravo reiterou que há revisores que percorrem mais de 600 quilómetros num único dia, transportando milhares de passageiros.

O dirigente sindical reconheceu que desde que anunciaram a greve a empresa fez algumas correções para reduzir a sobrelotação e o uso de carruagens incompatíveis, mas insistiu na necessidade de revisão do material circulante.

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O SFRCI anunciou na semana passada uma greve parcial nos comboios de longo curso da CP, entre 03 e 13 de novembro, alegando incumprimento de um acordo laboral e falta de condições de segurança.

O sindicato acusa a administração da CP de não ter cumprido, em mais de dois anos, o compromisso de humanização das escalas de serviço dos revisores e de não responder a alertas sobre problemas de segurança, incluindo sobrelotação e o uso de carruagens consideradas incompatíveis entre si.

A estrutura sindical afirma ainda ter tentado, "sem sucesso", obter da administração uma solução negociada para a conclusão do processo, acusando a CP de "desrespeito pelos trabalhadores e pelos compromissos firmados".

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