Dermatologista codificou as suas próprias cirurgias no Santa Maria mais de 350 vezes
Dados recolhidos indicam que o médico emitiu a proposta de cirurgia, aprovou-a e codificou o ato.
O dermatologista que ganhou mais de 700 mil euros em três anos de cirurgias adicionais no Hospital de Santa Maria propôs, aprovou e codificou as suas próprias cirurgias mais de 350 vezes.
Segundo o relatório da Inspeção-Geral da Saúde (IGAS), a que a Lusa teve acesso esta terça-feira, a segregação de funções era praticamente inexistente no processo SIGIC (sistema de inscritos para cirurgia) do serviço de Dermatologia de Santa Maria (Lisboa) e apenas 1% das propostas cirúrgicas entre 2022 e março deste ano não foram emitidas e aprovadas pelo mesmo médico.
Os dados recolhidos pela IGAS indicam que o médico dermatologista visado (Miguel Alpalhão) emitiu a proposta de cirurgia, aprovou-a e codificou o ato, o que juntamente com a severidade do problema define o preço a faturar, em 193 ocasiões no ano passado, 85 em 2023 e 78 em 2022.
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