Descoberto "composto promissor" contra vírus do herpes
Nova descoberta bloqueia o processo em que o vírus guarda o material genético, etapa essencial para a formação de novas partículas virais e a propagação no organismo.
Uma equipa internacional de investigadores identificou um novo "composto promissor" que pode ser um medicamento antiviral contra o vírus herpes, noticiou na quinta-feira a Europa Press.
"O (composto) LN-7 surge como uma liderança promissora para o tratamento de infeções pelo vírus herpes e, por isso, é um candidato a fármaco de primeira classe que tem como alvo o empacotamento do genoma (material) do vírus do herpes simples (sigla em inglês HSV), refere o estudo publicado na revista científica `Advanced Science´.
A descoberta representa um avanço significativo na procura de tratamentos alternativos à infeção que provoca o aparecimento recorrente de bolhas pequenas, dolorosas e cheias de líquido na pele, boca, lábios (herpes labial), olhos ou órgãos genitais.
Nenhum medicamento é capaz de eliminar o vírus e a infeção contagiosa é ainda muitas vezes resistente aos medicamentos disponíveis.
O LN-7 bloqueia o processo em que o vírus guarda o seu material genético, uma etapa essencial para a formação de novas partículas virais e a sua propagação no organismo.
"Ao bloquear o empacotamento do genoma viral, abrimos as portas a uma nova classe de antivirais que podem complementar ou substituir os tratamentos atuais em casos de resistência ou toxicidade. Isto representa um importante avanço conceptual no combate aos vírus do herpes", indicou o coordenador do estudo, Luis Menéndez-Arias.
O novo composto é eficaz mesmo contra estirpes (variantes do vírus) que desenvolveram resistência aos tratamentos atuais, que controlam os surtos e não eliminam o vírus.
Segundo os autores, a estratégia de bloqueio e impedimento de replicação do herpes do LN-7 expande as opções de tratamento e pode ajudar a combater o crescente problema da resistência aos medicamentos antivirais convencionais.
Os vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSV-2) causam infeções crónicas, que duram meses ou anos, que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
O estudo contou com a participação de investigadores de instituições espanholas, o Centro Severo Ochoa de Biologia Molecular e a Universidade de Alcalá, destacando que investigadores da Universidade de Shandong, na China, também participaram na investigação.
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