Diocese de Setúbal perdeu mais de 10 mil fiéis nas missas nas últimas décadas
Faixas etárias mais jovens representam apenas um quarto do total. D. Américo critica "mapa paroquial" desatualizado.
A Diocese de Setúbal perdeu mais de dez mil fiéis nas missas nos últimos 24 anos, segundo um estudo divulgado no sábado e citado pela Agência Ecclesia.
A descida no número de pessoas a frequentar a Eucaristia foi mais acentuada nos últimos dez anos, nos quais a diocese sadina perdeu sete mil crentes.
Os dados constam do estudo da Comissão técnica da Comissão do Novo Mapa Diocesano, que detalha: "[de] 34 mil e 960 pessoas, em 2001, passou-se para 24 mil 142 participações, em 2024, uma queda significativa de cerca de 31%”.
Segundo os resultados do "Censo da Prática Dominical", realizado entre 18 e 19 de maio, a maioria dos crentes tem mais de 70 anos (26% do total, o que corresponde a 6316 pessoas). Segue-se a faixa etária entre os 55 e os 69 anos, a segunda mais representada. As duas faixas etárias juntas correspondem a quase metade do total de fiéis (46%).
Em sentido contrário, os mais jovens são os que estão menos presentes entre os fiéis. A faixa etária entre os 6 e os 14 representa 16%; os jovens entre os 15 e os 24 apenas 9%.
Há que pensar como podemos cativar a população mais jovem e também cativar a população que lá vai. Estamos a falar aqui de população de 40 e 50 anos, que também é importante reter
Nélia Vicente, da comissão técnica
Em declarações à Agência Ecclesia
O padre Francisco Mendes, coordenador da Comissão Diocesana para o Estudo, Reflexão e Proposta de um Novo Mapa Territorial das Paróquias e Vigararias de Setúbal, defendeu que é preciso "pensar fora da caixa" para atrair os fiéis que não estão "nos mesmos lugares de antes".
Reação de D. Américo Aguiar
O cardeal e bispo de Setúbal D. Américo Aguiar refletiu que é essencial conhecer a realidade para conseguir resultados diferentes. O sacerdote explicou ainda que o "mapa paroquial", "em alguns casos 'pentasecular'", está a "matar a missão da Igreja", e não corresponde à mobilidade urbana atual.
Ouvido também pela Agência Ecclesia, D. Américo enalteceu os "padres heróis" que fazem "o que podem e o que não podem". O bispo de Setúbal quer que os resultados dos estudos sirvam para tomar decisões que contribuam para aproximar a Igreja dos crentes.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt