Dirigente do IEFP coloca a mulher

A mulher de Hugo Fernandes, coordenador no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) da Guarda, venceu de forma irregular um concurso para dar aulas nesta entidade, denunciou Arlindo Ferreira, autor de um dos principais blogues de professores, o DeArLindo. O IEFP promete "averiguar de forma rigorosa o caso".

17 de fevereiro de 2013 às 01:00
Ensino, IEFP, Concurso, Fraude Foto: joão cortesão
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Cláudia Fonseca foi a primeira classificada no concurso para o grupo de recrutamento 200 (Português e Estudos Sociais//História, do 2º Ciclo), depois de obter na entrevista a classificação de 18,75, mais de dois valores acima dos candidatos nas primeiras posições. A nota na entrevista permitiu-lhe ultrapassar todos, depois de ter partido como 47ª entre mais de 300 candidatos.

Docentes com graduações mais altas foram afastados do concurso por obterem menos de 10 na entrevista. Há também muitas dúvidas sobre a forma de cálculo da graduação com que a candidata foi admitida a concurso, uma vez que Cláudia Fonseca não possui qualificação profissional para o grupo 200 mas apenas para o 300. Terá sido usada, também de forma irregular, a graduação do grupo 300 para concorrer ao 200. O CM sabe que há candidatos que vão reclamar e tudo aponta para a anulação do concurso.

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Ao CM, o IEFP sublinha que Hugo Fernandes não integrou o júri. Mas garantiu que "os serviços do IEFP responsáveis pela coordenação deste concurso vão solicitar todos os elementos relativos às entrevistas deste grupo de recrutamento" ao Centro de Emprego da Guarda. O objetivo é "averiguar de forma rigorosa e transparente os critérios decisivos para a classificação final com vista à tomada de uma decisão, quer no plano legal quer no plano ético, mais adequada a esta situação em concreto".

DIREITO DE RESPOSTA

Na sequência da notícia publicada pelo CM com o título ‘Dirigente do IEFP coloca a mulher', recebemos o seguinte direito de resposta: "O meu nome é Cláudia Fonseca e venho, desta forma, clarificar o assunto mencionado no artigo ‘Dirigente do IEFP coloca a mulher' publicado no passado dia 16, e que põe em causa a minha dignidade pessoal. Sou licenciada em Línguas e Literaturas Modernas - Estudos Portugueses e Alemães - (que me confere habilitação profissional para os grupos 300 e 340 e habilitação própria para o grupo 200) e tenho um mestrado pré-Bolonha em Poética e Hermenêutica. Concorri a diversas ofertas do IEFP a nível nacional, sendo que na oferta específica da Guarda para o grupo 200, concorri como formadora e não como docente profissionalizada, o que respeita, na íntegra, os critérios estabelecidos para o concurso. Da mera análise das listas do IEFP da Guarda, pode constatar-se que é falsa a existência de entrevistados com notas inferiores a 10. Também não se encontra razão objetiva para classificar a nota da entrevista como "nota-canhão", uma vez que foram atribuídas notas similares e superiores a outros candidatos noutros grupos. Como cidadã deste país, candidatei-me, à semelhança de tantos outros colegas, ao concurso do IEFP, pois o facto de ser casada com um trabalhador desta instituição, não me impede legalmente de o fazer. A igualdade de direitos a toda e qualquer pessoa é um dos princípios básicos da democracia. Fica o lamento de que a mera relação familiar com alguém da função pública seja suficiente para lançar a suspeita, que por não ser devidamente investigada, causa danos irreparáveis no bom nome das pessoas. Como se sentiriam se fossem, injustamente, vítimas de uma situação destas?

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