Doença silenciosa afeta cerca de 800 mil pessoas
Análises regulares evitam a deteção da insuficiência num estado já avançado. Primeiro passo é controlar alimentação.
A insuficiência renal é considerada uma doença silenciosa. Quando se manifesta, por norma, já se encontra num estado muito avançado. Não escolhe sexo nem idade e, segundo as estimativas da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, afeta cerca de 800 mil pessoas. A necessitar de um transplante serão cerca de 14 mil.
Quando a degradação do funcionamento dos rins é rápida considera-se uma situação aguda. Já quando não manifesta sintomas e evolui de forma lenta e gradual diz-se crónica.
A realização periódica de análises laboratoriais, que vão medir a dosagem sanguínea da ureia e da creatinina, ajuda a prevenir a insuficiência renal e evita que a doença surja já num estado muito avançado.
Quando as crianças estão em risco de ter má formação nos rins – pode ser detetada pelas ecografias, ainda na barriga das mães –, a situação pode ser prevenida. Segundo Margarida Abranches, responsável pela Unidade de Nefrologia Pediátrica do Hospital D. Estefânia, "o primeiro passo a dar é o controlo da dieta".
A insuficiência renal pode ser classificada em estádios. Na fase inicial, estádios 1 e 2, algumas pessoas não têm sintomas da doença renal crónica. No entanto, existe maior risco de desidratação e uma maior sensibilidade aos medicamentos. Nas fases 3 e 4, consideradas intermédias, a função renal reduziu significativamente a sua capacidade e é necessária uma avaliação regular. Quando os rins perdem cerca de 85 a 90% da sua capacidade de filtração, trata-se de uma fase já avançada. Os medicamentos não conseguem compensar a falha renal e, por isso, são necessárias técnicas de substituição da função para sobreviver: diálise peritoneal ou hemodiálise e transplante.
Para Margarida Abranches, a família tem de aceitar a técnica e ter, pelo menos, "duas pessoas treinadas para apoiar e ajudar o doente". A técnica mais utilizada é a diálise peritoneal. Realizada todas as noites, é recomendada para crianças pois é feita em casa. A hemodiálise obriga a ir ao hospital três vezes por semana. "Se recebemos um rim é preciso tratá-lo o melhor possível", sublinha.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt