Urgências de Almada fatais para duas pessoas

Duas mortes no espaço de uma semana e longas horas de espera no Garcia de Orta.

19 de janeiro de 2015 às 07:55
Paulo Macedo, saúde, urgências Foto: Tiago Petinga / Lusa
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O filho da mulher de 89 anos que morreu anteontem, às 02h00, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, após nove horas de espera para ser atendida, garante que a mãe "foi abandonada" numa maca num corredor. "Deu entrada às 11h00 [de sexta-feira] e só foi vista às 20h15, depois de eu ter feito queixa de um médico", conta João Silveira numa publicação no Facebook.

Garante que à meia-noite encontrou a mãe com dificuldades respiratórias e que a botija do oxigénio "estava a zero". Pouco depois, acrescenta, uma médica disse-lhe: "A sua mãe não está bem para ir para casa, mas também não a posso internar, pois não tenho camas disponíveis, vai ter de ir ficando por aqui." João Silveira queixa-se de alguns profissionais do hospital, mas afirma que os meios são escassos e diz que "o culpado dá pelo nome de Pedro Passos Coelho". Esta é a segunda morte nas Urgências do hospital numa semana. No primeiro caso, de um homem de 60 anos, o hospital disse que sofria de uma doença grave e a morte era inevitável. Agora, afirmou que "não foram detetadas inconformidades" (ver caixa). Ontem, o tempo de espera para doentes com pulseira amarela era de seis horas, garantiam os doentes. No Hospital de Braga, o problema afetou a Urgência pediátrica. "Estou há nove horas à espera para a minha filha de 22 semanas ser vista. Há aqui mais 30 famílias na mesma situação, algumas com bebés. Dizem que só há quatro médicos para mais de 100 doentes", disse ao CM Nuno Marques, 38 anos. 

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