Epidemia de gripe entope hospitais: longas esperas nas urgências e atrasos nas ambulâncias

Técnicos de emergência pré-hospitalar revelam haver atrasos na saída de ambulâncias para pedidos de socorro.

07 de dezembro de 2025 às 01:30
Registo de várias dezenas de saídas de ambulâncias com atrasos Foto: Direitos Reservados
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A epidemia de gripe provoca longas filas de doentes nas urgências em particular nos hospitais da Grande Lisboa, tendo por consequência tempos de espera de várias horas para casos urgentes.

Ao mesmo tempo há registos de atrasos no socorro prestado por ambulâncias. Este sábado, a situação mais complicada, a exemplo dos dias anteriores, era no hospital Amadora-Sintra com tempos de espera para a pulseira amarela de doze horas, quando o recomendado pelas autoridades de saúde é de uma hora. Os dados do SNS indicavam que pouco antes da 1h00, estavam 52 doentes com pulseira amarela que aguardavam doze horas para serem observados por um médico. No Beatriz Ângelo (Loures), também para a pulseira amarela o tempo de espera era de seis horas.

Em Lisboa, no Santa Maria os doentes aguardavam cinco horas e no São José quatro horas. O mesmo tempo era observado no hospital de Almada, na sexta-feira pouco antes da meia-noite e também no de Torres Vedras. Em Leiria e Vila Franca de Xira registo de tempos superiores a três horas. As longas filas ocorrem num momento em que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge confirmou que a epidemia da gripe chegou mais cedo e está em “fase ascendente”. Entretanto, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) revelou atrasos na saída de ambulâncias aos pedidos de socorro, sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa, alguns superiores a uma hora, numa situação que envolve dezenas de emergências. O STEPH diz ainda que vai apresentar uma denúncia à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) porque o INEM não cumpriu o acordo celebrado relativamente aos protocolos de atuação clínica, que incluem a aplicação de alguns fármacos em situações de risco de vida para os cidadãos. 

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Prioridade no reforço de resposta no CODU

O INEM indicou como prioridade o reforço da resposta e distribuição dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) no Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU). “Devem prosseguir com a integração operacional dos 26 TEPH formados, conforme proposto, para reforço prioritário dos CODU em dezembro/janeiro”, refere a informação, assinada pelo presidente do INEM, Luis Cabral, a que a agência Lusa teve acesso. Para o presidente do STEPH, Rui Lázaro, a orientação é a causa para o atraso nas ambulâncias.

Dificuldades ainda maiores nas próximas semanas

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O presidente do STEPH, Rui Lázaro, sublinhou que se esta instrução não for corrigida, com o consequente aumento de ambulâncias, “poderá provocar, ainda mais atrasos sobretudo nas semanas difíceis que se avizinham, de épocas festivas e de picos de gripe”. O dirigente acrescentou que está por explicar como é que o presidente do INEM “mantém há três semanas 89 técnicos à espera de homologação para serem contratados da bolsa que ficou do último concurso, e que podem ser uma ajuda nesta época que começa agora de picos de gripe”.

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