Erros médicos devido ao caos
Ordem dos Médicos detetou situação “indigna” em visita-surpresa.
A forma como os doentes estão a ser atendidos nos serviços de urgência hospitalares é "indigna" e abre caminho para que os médicos cometam erros, considerou ontem o oncologista Jorge Espírito Santo, num debate sobre as urgências, realizado em Lisboa.
Jorge Espírito Santo deu o exemplo do Hospital do Barreiro, unidade onde trabalha: "Numa visita sem aviso prévio da Ordem dos Médicos, à noite, encontrou uma bagunça, com 50 doentes deitados numa sala com lotação para 15 camas, com fecho de urgência por não haver camas onde deitar doentes, com redução de equipas e equipas desagregadas. Nestas condições, é impossível um médico prestar a devida atenção aos doentes, e há doentes a morrer nas urgências", alertou Jorge Espírito Santo.
O clínico criticou ainda a falta de resposta dos cuidados primários, que estão "desfeitos". "Há doentes que não tomam medicamentos nem vão às consultas porque não têm dinheiro e quando aparecem na urgência morrem. É vergonhoso, não podemos assistir a isto em passividade."
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