Escalada no preço dos combustíveis faz disparar procura pelos transportes públicos
Governo admite aplicar 254 milhões de euros para conseguir manter resposta num cenário de pandemia.
A subida expressiva do custo dos combustíveis levou a que um número crescente de pessoas decide-se pelo uso dos transportes públicos, no último mês.
Em março viajaram no Metro do Porto, de Lisboa e nas ligações fluviais no Tejo 18,3 milhões de passageiros. São mais 3,7 milhões por comparação com fevereiro o que traduz uma subida de 25%.
O Metro do Porto registou um crescimento de 27%, passando de 4,3 milhões de passageiros em fevereiro para 5,5 em março. No Metro de Lisboa a subida foi de 25% numa evolução em 30 dias de 9,1 milhões de passageiros para 11,4 milhões. Menos expressivo foi o aumento de passageiros da Transtejo/Soflusa. Em fevereiro recorreram aos barcos do Tejo 1,1 milhões de passageiros, em março foram 1,3 milhões, ou seja um aumento de 18%, segundo dados do Ministério do Ambiente e Ação Climática.
Num ano praticamente triplicou o uso destes transportes. Em março do ano passado há o registo de 6,5 milhões de passageiros. Já em março deste ano foram 18,3 milhões.
Os dados agora divulgados indicam também uma subida, no primeiro trimestre deste ano, uma recuperação do número de passageiros nas empresas de transportes coletivos tuteladas pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, por comparação a igual período nos dois últimos anos.
Em termos agregados e face ao período homólogo de 2021, no Metropolitano de Lisboa, no Metro do Porto e na Soflusa/Transtejo a procura mais do que duplicou (variação de 137%). Das três empresas, o Metropolitano de Lisboa foi aquela em que se assistiu a uma maior recuperação (146% face ao trimestre homólogo de 2021).
"Apesar do acréscimo do número de passageiros, a procura por estes meios de transportes coletivos ainda está aquém da verificada no primeiro trimestre de 2019, quando a operação das empresas ainda não fora afetada pela pandemia", indica o ministério do Ambiente e Ação Climática. Assim, o número de passageiros verificado no primeiro trimestre de 2022 representa 72% da procura registada no primeiro trimestre de 2019 e 77% da procura do primeiro trimestre de 2020.
No triénio 2019-2021, através do Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos (PART), do Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (PROTransP) e de dotações extra para manter a oferta durante o período de pandemia, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática mobilizou 662 milhões de euros para os transportes públicos.
Este ano, na proposta de Lei do Orçamento de Estado, estão inscritos 138,6 milhões de euros para o PART, tal com em 2021, aos quais podem acrescer mais 100 milhões de euros para assegurar os níveis de oferta nos sistemas de transportes públicos abrangidos pelo PART, tendo em conta um cenário mais adverso dos efeitos da crise pandémica no sistema de mobilidade.
"Também o PROTransP será reforçado para 15,5 milhões de euros", avançou ainda o ministério do Ambiente e Ação Climática.
No total, o Governo admite, assim, aplicar 254 milhões de euros para conseguir manter a resposta num cenário de pandemia.
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