Escolas obrigadas a encerrar por reforço insuficiente de auxiliares

Falta de funcionários faz com que estabelecimentos sejam obrigados a fechar portas.

25 de fevereiro de 2019 às 08:28
Na Escola Básica do Santo Condestável, em Lisboa, há apenas uma funcionária para 230 alunos Foto: Pedro Simões
Alunos Foto: CMTV
Alunos Foto: Direitos Reservados

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Os 1067 funcionários que o Governo anunciou que vai contratar para as escolas não chegam para colmatar as carências, avisam os diretores.

"Estou em crer que não serão suficientes. É uma medida positiva mas insuficiente", refere Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep), que efetuou um inquérito sobre a falta de auxiliares nos 811 agrupamentos do país. Os resultados serão anunciados em breve: "cerca de 200 agrupamentos responderam, o que permitirá extrapolar para a realidade a nível nacional".

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Na Escola Básica do Santo Condestável, Lisboa, os pais queixam-se de que chega a haver uma auxiliar para 230 alunos. Na EB1 Vale de Alcântara, Lisboa, a escola já teve de encerrar quando faltou uma auxiliar para vigiar 80 crianças. Ambas pertencem ao agrupamento Manuel da Maia, que recusou prestar esclarecimentos.

A Escola Anselmo Andrade (Almada) já fechou por falta de funcionários, mas a maioria dos estabelecimentos opta por encerrar só alguns serviços.

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É o caso da Escola Secundária de Canelas (Vila Nova de Gaia), onde não há aulas de Educação Física, e alunos e professores fazem o trabalho dos auxiliares.

PORMENORES

Bolsa de funcionários

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O Governo anunciou a criação de uma bolsa de auxiliares para substituir funcionários de baixa médica que não são substituídos.

Diretor faz de porteiro

O diretor do Agrupamento de Escolas de Canelas, em Gaia, já teve de exercer funções de porteiro para suprir a falta de funcionários, garante Filinto Lima.

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Casas de banho e ginásios fechados

Na Escola Secundária Inês de Castro, em Vila Nova de Gaia, há pavilhões encerrados e casas de banho fechadas devido à escassez de auxiliares. Na Escola Vallis Longus, em Valongo, o pavilhão gimnodesportivo também já teve de encerrar pelo mesmo motivo e não houve aulas.

Desafio a Centeno para visitar escola

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Filinto Lima lança um desafio ao ministro das Finanças, Mário Centeno. "Convido o ministro das Finanças a visitar uma escola para perceber como se trabalha e como é que se consegue fazer omeletes sem ovos, porque a qualidade do ensino ministrado continua a ser elevada".

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