Família de Zeca Afonso rejeita Panteão Nacional
Decisão é justificada com a vontade do artista em vida, que recusou condecorações.
A família do cantor e compositor Zeca Afonso rejeita que os restos mortais do artista sejam trasladados para o Panteão Nacional.
"José Afonso rejeitou em vida as condecorações oficiais que lhe haviam sido propostas. Foi, a seu pedido, enterrado em campa rasa e sem cerimónias oficiais, em total coerência com a sua vida e pensamento", revela a família numa nota.
Também a Associação José Afonso discorda da trasladação, justificando que a proposta revela "desconhecimento" pelo artista.
Em causa está uma proposta da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) que, depois de conhecer a decisão da família, manteve a posição.
"É um sinal de reconhecimento por um grande artista e cooperador da SPA", garante ao CM José Jorge Letria, presidente da SPA, realçando que "a posição da família não é impeditiva".
A proposta já foi formalizada e enviada ao primeiro-ministro, António Costa. A trasladação poderá acontecer se houver proposta de algum deputado da Assembleia da República ou do Governo.
Fonte ligada ao processo disse ao CM que "conhecida a vontade da família, a proposta não deverá acontecer".
Panteão recebeu Eusébio em 2015
Foi a última personalidade trasladada, juntando-se, entre outros, aos escritores Sophia de Mello Breyner, Almeida Garrett e Aquilino Ribeiro e à fadista Amália Rodrigues (2001).
Ao longo dos anos surgiram petições para que os restos mortais de Zeca Afonso fossem trasladados.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt