Família recebe 1,5 milhões por parto negligente que aconteceu há 15 anos

Uso de ventosa causou paralisia cerebral a menina que continua dependente para sobreviver. Caso aconteceu no Hospital de Guimarães.

22 de dezembro de 2019 às 09:56
Hospital de Guimarães Foto: Direitos Reservados
Hospital de Guimarães Foto: Nuno Fernandes Veiga
Hospital de Guimarães Foto: Diogo Pinto

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Uma família do concelho de Guimarães vai receber 1,5 milhões de euros por ter havido negligência inequívoca no parto de uma bebé, há 15 anos, provocando paralisia cerebral na menina que continua totalmente dependente para sobreviver.

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga confirmou o acordo entre a família e o Hospital de Guimarães, admitindo que a indemnização vai ser paga de forma faseada até 2022.

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A família não quer comentar a decisão judicial validada em novembro passado, depois de uma batalha judicial com mais de uma década. A administração do hospital afirma que "estão já em vigor um conjunto de medidas corretivas para situações semelhantes".

O parto aconteceu em 2004 e ficou provada a negligência na sala de partos com problemas relacionados com o uso da ventosa para ajudar no nascimento da menina. A bebé nasceu em paragem cardiorrespiratória e teve de ser reanimada, tendo ficado internada nos Cuidados Intensivos Neonatais, correndo risco de vida. Quinze anos depois, está totalmente dependente dos familiares para sobreviver: a mãe teve de deixar de trabalhar para poder cuidar da filha mais velha. Entretanto nasceram mais duas irmãs que são a grande ajuda da progenitora, que cuida a tempo inteiro da filha adolescente - que precisa de ajuda até para as tarefas mais básicas ,como comer.

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Ao Correio da Manhã, o atual conselho de administração do Hospital de Guimarães lembra ter herdado esta situação, mas garante que vai cumprir a decisão: "Tratou-se de um episódio de assistência hospitalar anómalo, que deve ser considerado e contextualizado à data dos factos."

PORMENORES

150 mil euros já pagos

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O acordo em tribunal a que a família da menina chegou recentemente com o Hospital de Guimarães incluiu o pagamento, já realizado, de 150 mil euros.

Decisão arrasta-se

A família da menina avançou com queixas por negligência, mas só em 2007 um advogado os aconselhou a avançar com um processo administrativo, conseguindo uma indemnização de 1,5 milhões de euros.

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Gastos elevados

A menina ficou com paralisia cerebral devido à negligência no parto e necessita de cuidados específicos que têm um custo elevado, o que foi tido em conta na decisão do tribunal de Braga.

Pagamento faseado

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Este mês a família recebe 100 mil euros. A partir de janeiro de 2020, o hospital depositará, mensalmente, 33 mil euros na conta dos pais da menina, até ao final de 2022.

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