Favas podem ajudar a impedir a tristeza? Cientista diz que sim
Nadia Mohd-Radzman diz que este ingrediente é vital para a saúde mental do Reino Unido.
A cientista da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos da América, Nadia Mohd-Radzman, é a principal defensora da vicia faba – popularmente conhecida como fava.
A leguminosa, além de ser rica em proteínas, fibras e ferro, contém produtos químicos que estão ligados a melhorias duradouras no humor e nas emoções daqueles que a consomem.
Segundo a cientista e botânica, este alimento pode ser um forte auxílio a tratar a
(uma depressão sazonal sentida pelos britânicos, como consequência do tempo cinzento e chuvoso), referiu ao
Por esta razão, a missão de Nadia é fazer com que a Grã-Bretanha "ame a fava" e comece a utilizá-la frequentemente na sua alimentação. A campanha da cientista vai incluir a publicação de receitas para tornar esta leguminosa mais apetitosa e a organização de palestras e demonstrações para descrever os benefícios de uma cultura que diz ser injustamente subestimada. "A fava poderia fazer muito bem às pessoas deste país se estas pudessem ser persuadidas a comê-la", afirma.
As favas são originárias do Médio Oriente, mas já são cultivadas na Grã-Bretanha desde cerca do ano 1000 a.C. (antes de Cristo). Cerca de 740 mil toneladas são colhidas anualmente em cerca de 170 mil hectares de terras do Reino Unido, explica o
"No entanto, grande parte desta colheita é utilizada para alimentação animal, sendo grande parte do restante exportado para o Egipto, onde é utilizada, em vez do grão-de-bico, para fazer falafels", acrescenta Mohd-Radzman.
A investigadora não é a única a tentar persuadir os britânicos a comer mais vicia faba. Cientistas da Universidade de Reading, no Reino Unido, propuseram recentemente que a Grã-Bretanha deveria passar a comer pão feito com o ingrediente porque o produto final seria mais sustentável e facilitaria o fornecimento de nutrientes essenciais às pessoas.
No entanto, para Nadia Mohd-Radzman, o fascínio pela fava prende-se com o composto levodopa, ou L-dopa. A substância, altamente presente na fava, é utilizada no tratamento clínico de pessoas com Parkinson. "O ponto crucial é que a L-dopa demonstrou ser muito eficaz no tratamento da doença conhecida como anedonia, que é essencialmente a incapacidade de sentir ou experimentar prazer. E é por isso que acredito que a fava é importante", conclui a especialista, que alertou para o crescente número de jovens que enfrentam problemas de saúde mental.
Aos benefícios médicos, Mond-Radzman acrescenta o facto de a fava ser barata e acessível e de ser um alimento bastante versátil. "Pode fazer leite com eles. Pode fritá-los com sal. Pode até fermentá-los com pimenta para fazer uma pasta como o kimchi. Pode fazer saladas com eles ou misturá-los com chouriço. Pode fazer todo o tipo de coisas com favas. São incrivelmente adaptáveis", explica.
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