Ex-deputado detido na cela de Sócrates

Ex-deputado do PSD falhou ida à esquadra e acabou detido.

04 de fevereiro de 2016 às 10:57
José Eduardo Martins, PSD, Lisboa, PSP, política, julgamentos Foto: Ricardo Pereira
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José Eduardo Martins, antigo deputado do PSD e ex-secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, passou uma manhã detido, no Campus da Justiça, em Lisboa, por não ter testemunhado num processo em que é o queixoso, na sequência de um assalto à sua casa em Grândola.

Ao CM, José Eduardo Martins assume que este caso "dificilmente é constitucional" e não contribui para "a credibilidade da Justiça".

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O caso remonta a dezembro de 2015, quando a sua casa em Grândola foi assaltada pela quarta vez. Fez queixa às autoridades e à companhia de seguros, mas não compareceu numa esquadra, em Lisboa, onde reside, a 18 de dezembro de 2015, para testemunhar como vítima. "Estava de férias", justifica. Por isso, foi multado em 204 euros.

O insólito aconteceu a 28 de janeiro: de manhã cedo, a PSP bateu-lhe à porta e levou-o para o Campus de Justiça, onde viveu a experiência de ver "as grades a fecharem-se" e ficar sem telemóvel e tablet. A polícia ainda lhe disse, a rir, que era a mesma cela que "já tinha albergado um ex-primeiro-ministro", ou seja, José Sócrates. Conhecido por ser crítico do antigo primeiro-ministro, pediu para ir para outra cela, mas foi-lhe recusado. Ao CM, desvaloriza o episódio: "Acho que devem dizer isso a mais pessoas". O ex-deputado denunciou o caso no Jornal de Negócios, mas não pensa apresentar queixa contra os magistrados que assinaram a sua detenção. "Espero é que apanhem o ladrão."

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