Professores declaram guerra ao Governo
Sindicatos souberam que ministro recua na intenção de descongelar carreiras.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou esta segunda-feira que os professores não vão ter contabilizado qualquer tempo de serviço congelado, depois de os sindicatos não terem aceite 30% da contagem. "Significa que vai ficar tudo como estava", disse o governante, após terem falhado as negociações com as diferentes estruturas sindicais.
"O Governo deu um passo, mas os sindicatos não deram nenhum", avançou Tiago Brandão Rodrigues, referindo que "não há espaço" para continuar as negociações.
A falta de acordo entre sindicatos e governo motivou o extremar de posições e a mais uma ‘guerra’ na Educação. "Para além da greve às avaliações a partir de 18 de junho, os professores ponderam avançar com greve aos exames, a aulas e ao lançamento de notas", disse Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, acusando o ministro de chantagem.
"Ou tudo ou nada", referiu Mário Nogueira, ao explicar a posição do Governo perante a recusa dos professores em aceitarem 30% da contagem do tempo de serviço.
O secretário-geral da Federação Nacional da Educação, Dias da Silva, adiantou que vai propor aos restantes sindicatos uma greve para setembro. "Não estaremos disponíveis para começar o próximo ano letivo se o Governo mantiver esta intransigência".
Só 28% dos alunos conhece o rio MondegoOs alunos "manifestaram muitas dificuldades" nas provas de aferição de matemática realizadas em 2016 e 2017, revela o relatório divulgado pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).
Em provas que não contam para a avaliação final, na disciplina do 8º ano, em 2016, as dificuldades foram sentidas "em todos os domínios curriculares".
Na prova de História e Geografia de Portugal do 5º ano, em 2017, apenas 28% dos estudantes conseguiu identificar o rio Mondego com base na descrição "rio que passa por Coimbra e cuja foz se localiza na Figueira da Foz". O Tejo foi identificado por 62% dos alunos.
Matemática arrasa aprendizagens A Sociedade Portuguesa de Matemática arrasa o documento Aprendizagens Essenciais. Segundo a SPM, o documento evidencia um "lamentável grau de amadorismo" e desconhecimento sobre os programas em vigor, sendo "inutilizável como base para orientação curricular".
PORMENORES
Sindicatos reclamam
Os sindicatos de professores entendem que o descongelamento das carreiras dos professores implica contar nove anos, 4 meses e dois dias.
Governo aceitou 30%
A proposta avançada pelo ministro para a atualização das carreiras previa aceitar um tempo de serviço de dois anos, nove meses e 18 dias.
Diferentes leituras
Os professores progridem a cada 4 anos: no resto da Função Pública, são dez anos. Diferença que leva o Governo a contar menos tempo a docentes.
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