Greve paralisa blocos operatórios até ao fim de fevereiro

Sindicatos e Governo não chegaram a acordo sobre as reivindicações dos profissionais depois de cinco horas de reunião.

31 de janeiro de 2019 às 08:49
Bloco operatório Foto: Istockphoto
enfermeiros, enfermeiro, xxx Foto: Getty Images
enfermeiros, enfermeiro, xxx Foto: Getty Images
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Os blocos operatórios dos centros hospitalares de São João (Porto), do Porto, de Entre Douro e Vouga (Santa Maria da Feira), de Gaia/Espinho, de Tondela/Viseu e os hospitais de Braga e Garcia de Orta, Almada, vão estar parados de esta quinta-feira até ao fim de fevereiro, devido a mais uma greve cirúrgica dos enfermeiros. O protesto será alargado aos centros hospitalares de Coimbra, de Lisboa Norte e de Setúbal a partir de dia 8.

O pré-aviso de greve já existia, mas tinha estado "em espera" devido às negociações. Esta quarta-feira, depois de cinco horas de reunião com a ministra da Saúde, Marta Temido, e representantes das Finanças, a Associação Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) decidiram avançar com a paralisação, que tem início às 08h00 desta quinta-feira e que afetará as operações programadas.

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"Não chegámos às condições mínimas para um consenso. Por muito boa vontade, não conseguimos o compromisso de assumir o descongelamento das progressões da carreira de forma justa e que vai englobar todos os enfermeiros. A forma que o Governo propõe deixaria quase metade dos enfermeiros de fora", disse Carlos Ramalho, presidente do Sindepor.

O dirigente fez questão de frisar que não há mais reuniões negociais marcadas e que pondera avançar com novas formas de luta. A mesma posição foi assumida pela presidente da ASPE, Lúcia Leite.

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Em comunicado, o Ministério da Saúde (MS) confirma que o processo negocial da revisão da carreira de enfermagem está concluído e relembra que o Governo "aceitou uma estrutura de carreira com três categorias".

Entre as reivindicações não acolhidas pelo MS estão os aumentos salariais (ordenado base de 1613,42 euros), a idade de reforma aos 35 anos de serviço e aos 57 anos. De acordo com o Governo, as duas reivindicações significariam um impacto financeiro de cerca de 446 milhões de euros.

Marcelo veta lei à esquerda

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O Presidente da República já foi bastante claro: uma Lei de Bases da Saúde aprovada à esquerda, ou seja, só com os votos do PS, PCP, Os Verdes e Bloco de Esquerda, receberá cartão vermelho em Belém.

Numa entrevista recente à Lusa, por ocasião do terceiro aniversário da sua eleição, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou isso mesmo, conforme já tinha escrito o CM a 23 de janeiro e noticiou esta quarta-feira o jornal ‘Público’. Afirmou o Chefe de Estado que, em matéria central como é a da Saúde, vê com bons olhos "uma lei de regime" que não seja "o triunfo de uma conjuntura" e, por isso, não deveria existir neste dossiê "uma grande clivagem entre PS e PSD". Esta quarta-feira, reiterou que quer uma Lei de Bases da Saúde "duradoura e flexível".

O primeiro-ministro, António Costa, tem posição diferente. "Há uma coisa que posso garantir: na origem do SNS não está o PSD, porque o PSD votou contra o SNS. É por isso que é muito importante que a Lei de Bases da Saúde em discussão na Assembleia da República seja aprovada, não por uma maioria qualquer, mas pela maioria que criou, apoiou, defendeu e desenvolveu o SNS", defendeu o Chefe do Governo no último debate quinzenal, no dia 25.

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Costa tem sublinhado também que quer ver uma nova Lei de Bases da Saúde aprovada até ao final da legislatura. Para já, todas as propostas apresentadas — do PSD, do CDS e do PCP, que se juntam à do BE, desde junho à espera na especialidade — passaram para a comissão de Saúde sem serem votadas.

"Cúmplice de Governo de promessas falhadas"

O PSD acusou esta quarta-feira o partido Os Verdes de ser "cúmplice de um Governo de promessas falhadas". A acusação surgiu por parte da deputada Ângela Guerra, após José Luís Ferreira, do PEV, ter centrado a sua intervenção no Parlamento, no tema da saúde, considerando que "a situação de muitos serviços de saúde do SNS é pouco saudável".

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Quase oito mil cirurgias adiadas na 1ª paralisação

A greve é levada a cabo através de uma recolha de fundos. A campanha de angariação de fundos esteve ativa até ao dia 28. Foram angariados quase 424 mil euros.

Mais 4 milhões de embalagens

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Segundo o organismo, no ano passado foram realizadas 248 inspeções a farmácias e 150 inspeções a distribuidores por grosso de medicamentos. Foram recebidos 435 contactos de utentes a reportar dificuldades no acesso a remédios, uma ligeira descida face a 2017 (455 contactos) e a 2016 (489).

Alerta para os casos de farmácias insolventes

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241 ambulâncias em 3 dias

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