Há 700 mil pessoas à espera para ter médico de família

O primeiro-ministro inaugurou esta terça-feira no Bombarral a centésima Unidade de Saúde Familiar (USF) da sua legislatura e apesar de ter celebrado a meta prometida no programa eleitoral, há quatro anos, reconheceu existirem ainda 700 mil portugueses sem médico de família atribuído.

"Se o concurso que está em curso tiver as suas vagas totalmente preenchidas, ficaremos a muito pouco de atingir os 100%, com 97% até ao final deste ano", apontou António Costa.

Os "97% de cobertura de médico de família até ao final da legislatura está aquém do objetivo e não nos deixa satisfeitos", admitiu a ministra da Saúde, Marta Temido, que justificou que "tem sido uma meta mais difícil de alcançar por várias razões, uma das quais as aposentações destes profissionais".

"Estamos ainda a completar o concurso de colocação de 305 especialistas em Medicina Geral e Familiar, que estão a ser colocados até agosto, a assinar contratos e vão ter depois a lista de utentes atribuídas", explicou.

Com a nova USF, 1300 utentes vão passar a ter médico. A equipa é constituída por sete médicos, sete enfermeiros e seis secretários clínicos.

Pormenores

Setor privado

O primeiro-ministro admitiu discutir "se deve haver uma maior ou menor participação do setor privado" na nova Lei de Bases da Saúde.

Falta de anestesistas

A ministra da Saúde está a analisar propostas de prestadores de serviços para colmatar a falta de anestesistas na Maternidade Alfredo da Costa através de especialistas tarefeiros. 

Falta de funcionários fecha extensão de Saúde

Marta Temido disse desconhecer o encerramento da extensão de Saúde da Serra d’El Rei, Peniche, por falta de funcionários administrativos, mas reconheceu que no País faltam "assistentes técnicos e assistentes operacionais".