Igreja: Mártir minhoto sobe aos altares
População da aldeia do beato pretende trasladar o corpo, que está sepultado em Espanha.
"Por Deus morremos de frente", disseram os doze frades do Convento de La Sale, de Griñon, perto de Madrid, aos militares que, a 28 de julho de 1936, se preparavam para os fuzilar quando assistiam à missa na capela.
Os frades pediram um minuto e, a rezar, perfilaram-se de frente para os militares, sendo depois fuzilados. Entre esses frades estava o português Mário Félix, que amanhã é beatificado na cidade de Tarragona.
Manuel José de Sousa, natural de Santa Marta de Bouro, em Amares (irmão Mário Félix enquanto religioso), é o único português mártir da guerra civil espanhola e, por isso, é elevado aos altares numa cerimónia em que são beatificados 522 mártires desse conflito.
Cerca de uma centena de portugueses participam naquela que já foi classificada como a maior beatificação coletiva da Igreja. O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, vai concelebrar, e diz que é "um acontecimento importante".
A população de Santa Marta de Bouro mostra-se orgulhosa por um dos seus subir aos altares, e espera que o corpo do beato, sepultado em Espanha, possa ser trasladado para a localidade minhota. "Terá uma capela e uma imagem na Igreja, mas se o tivéssemos cá, seria diferente", disse ao CM Ana Campos. Também Delmira Gonçalves entende que "a vinda do corpo devia acontecer em breve". Amanhã, a missa em Santa Marta de Bouro será em honra do beato.
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