Igreja portuguesa alerta para crescente utilização dos espaços católicos por grupos neonazis
Questão surgiu após diversos "ataques" de organizações de extrema direita ocorridos nos últimos tempos em Portugal.
A Igreja Católica pretende criar mecanismos que defendam as suas instituições de iniciativas organizadas por grupos racistas e neonazis. A questão surgiu após diversos "ataques" de organizações de extrema direita ocorridos nos últimos tempos em Portugal.
O caso mais recente teve lugar na paróquia de Santa Maria de Silva Escura, no arciprestado da Maia. A paróquia recebeu um email a solicitar a utilização do salão paroquial para a realização de um concerto rock, na noite de sábado para domingo, dias 8 e 9 deste mês, tendo acedido, como acontece com inúmeras organizações.
O problema é que a paróquia não imaginava que que se tratava de um festival do grupo neonazi Blood&Honour, facto de que apenas se apercebeu após críticas surgidas nas redes sociais. Esta quarta-feira, a diocese do Porto emitiu um comunicado a "lamentar profundamente" o ocorrido, explicando que "tanto a paróquia como a diocese desconheciam em absoluto a ideologia neonazi dos promotores do evento".
Já na semana passada, o Colégio Luso-Francês do Porto cancelou o congresso do grupo supremacista branco Reconquista, agendado para o Auditório Francisco de Assis, depois de aperceber que se tratava de um evento organizado por um grupo racista e xenófobo.
Para além dos responsáveis da Igreja católica, também as autoridades civis estão em alerta para eventos que têm sido organizados, sobretudo na zona norte, por grupos que estão sob investigação da Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária por suspeita da prática de crimes de ódio.
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