Trânsito restabelecido na Avenida dos Aliados após corte por manifestantes
Na praça, ouviram-se cânticos com frases como "Viva a luta do povo palestino, Israel é um Estado assassino" e palavras de ordem como "Palestina Livre" e "Parem o genocídio", que prosseguiram nos Aliados.
O trânsito na Avenida dos Aliados, que esteve parcialmente cortado em três sítios diferentes, foi retomado pelas 23:45 de quinta-feira, após ter estado bloqueado por manifestantes pró-Palestina, que já haviam feito o mesmo na Praça D. João I.
Depois de duas horas com o trânsito na Praça D. João I cortado, entre as 20:00 e as 22:10, os manifestantes seguiram para os Aliados, onde cortaram, primeiro, os dois lados da circulação até à Trindade, incluindo no cruzamento com a Rua Elísio de Melo, e depois junto à Câmara do Porto.
Foi aí que os manifestantes decidiram desmobilizar e ocupar o lugar na praça em frente à autarquia, onde todas as noites se realiza uma vigília pela Palestina, libertando o tráfico automóvel.
Antes, um condutor tinha saído do carro para confrontar os manifestantes, o que levou à intervenção de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) que acompanhavam a ação, com uma manifestante a queixar-se de ter sido agredida por um dos oficiais.
A manifestação convocada para quinta-feira pelas 19:00, em solidariedade com o povo palestiniano e os detidos dos barcos intercetados da Flotilha Global Sumud, reuniu mais de mil pessoas nas primeiras horas.
Na praça, ouviram-se cânticos com frases como "Viva a luta do povo palestino, Israel é um Estado assassino" e palavras de ordem como "Palestina Livre" e "Parem o genocídio", que prosseguiram nos Aliados.
Por entre os cerca de mil manifestantes presentes na Praça D. João I, viam-se dezenas de bandeiras da Palestina e cartazes que reivindicam liberdade para os integrantes dos barcos intercetados da flotilha.
A Flotilha Global Sumud, praticamente desarticulada e com mais de 90% dos seus membros detidos -- 443 de um total de 500 -- pelas forças israelitas, mantém apenas o navio de apoio jurídico "Summertime" no Mediterrâneo, depois da interceção de quase todas as embarcações quando se aproximavam de Gaza.
Entre os participantes da flotilha detidos pelas autoridades israelitas constam quatro cidadãos portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 66 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde cerca de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.
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