Medicamento contra hepatite C mata paciente

Farmacêutica assume morte de paciente com arritmia.

23 de março de 2015 às 18:08
hepatite c, protesto Foto: Jorge Paula
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O laboratório que comercializa o medicamento contra a hepatite C, e que muita polémica deu em Portugal, alertou as autoridades de saúde norte-americanas que este pode provocar o abrandamento do batimento cardíaco em doentes que estão a ser tratados à arritmia. Um deles acabou por morrer.

A Gilead Sciences Inc., a farmacêutica que produz o Harvoni e o Sovaldi, medicamentos inovadores no tratamento da hepatite C, avisou que nove pacientes sofreram de bradicárdia, ou seja, baixos batimentos cardíacos. Seis destes casos ocorreram nas primeiras 24 horas após o tratamento e os restantes aconteceram entre o 2.º e o 12.º dia. Além de um paciente ter sofrido uma paragem cardíaca e ter morrido, três outros necessitaram de uma cirurgia para colocar um 'pacemaker'.

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Segundo o Bloomberg Business, a empresa refere, por email, que os pacientes estavam a tomar amiodarona, um medicamento para arritmias cardíacas – e cuja combinação não é aconselhável. 

O Harvoni e o Sovaldi podem vir a ter um uso mais limitado depois destes casos. Estes medicamentos alteraram o tratamento dos doentes com Hepatite C, com a maioria a ficar curado após 12 semanas, mas geraram também controvérsia devido ao preço.

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Apesar da sua eficácia, o tratamento custa cerca de 48 mil euros por doente, facto que levou a protestos no Parlamento português. Mais tarde, o Ministério da Saúde negociou com a farmacêutica uma redução do custo do tratamento e passou a ser 100% comparticipado pelo Estado.

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