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Coração de atleta pode ocultar doenças graves

Sinais de miocardiopatias podem passar despercebidos.

14 de fevereiro de 2016 às 15:12

Praticar desporto de forma regular e intensa conduz a modificações não só no exterior mas também no interior do corpo, como é o caso do coração. Em resposta ao esforço físico, o desportista desenvolve um ‘coração de atleta’ - ritmo cardíaco mais lento em repouso, cavidades cardíacas mais dilatadas e paredes do coração com mais espessura. Além destas características, o coração contrai e relaxa melhor.

"O coração de atleta é uma entidade benigna. O problema é que estas alterações morfológicas e funcionais podem confundir-se com doenças cardíacas, como as arritmias e as miocardiopatias. O perigo é achar que estamos a ver coração de atleta quando, no fundo, é uma doença cardíaca preexistente que o imita", explica ao CM Nuno Cardim, diretor do Centro de Cardiologia Desportiva do Hospital da Luz, em Lisboa.

Tanto as miocardiopatias como as arritmias podem causar morte súbita e, por isso, o diagnóstico atempado é essencial . "O eletrocardiograma é o primeiro exame e tem de ser analisado por um cardiologista desportivo. Segue-se o ecocardiograma, que analisa a morfologia e a função cardíacas. Se ainda houver dúvidas, parte-se para a ressonância magnética cardíaca", refere Nuno Cardim.

O cardiologista atenta ainda nas consequências de um diagnóstico errado: "Identificar uma falsa doença num atleta é péssimo para a carreira dele porque o chumbamos para fazer desporto". Mas o contrário também é nefasto. "Não podemos dizer que tem coração de atleta e deixar passar uma doença que pode dar em morte súbita", esclarece.

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