Médicos denunciam falta de conhecimento sobre eutanásia
Ordem entregou uma carta a Marcelo Rebelo de Sousa contra a legalização.
O atual bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Guimarães, defendeu esta quarta-feira que os portugueses não têm conhecimento suficiente sobre a eutanásia e, por isso, não estão preparados para se pronunciar sobre o assunto, caso sejam chamados.
A posição de Miguel Guimarães foi transmitida aos jornalistas depois de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em que o bastonário da OM entregou, em conjunto com os seus cinco antecessores (José Manuel Silva, Pedro Nunes, Germano de Sousa, Carlos Ribeiro e Gentil Martins), "um documento assinado há muito" em que reprovam a legalização da eutanásia.
O bastonário da OM justifica a posição com o facto de o Código Deontológico dos Médicos "proibir" a eutanásia, a distanásia e o suicídio assistido - conceitos que, segundo Miguel Guimarães, são confundidos pela sociedade. O Parlamento vai discutir e votar, no dia 29, quatro projetos de lei para despenalizar a eutanásia e regular a morte medicamente assistida.
Caso a eutanásia seja legalizada, "qualquer ação disciplinar" que seja aplicada a médicos pela Ordem, por prática da eutanásia, "vai ser anulada" porque "a lei sobrepõe-se ao Código Deontológico".
PORMENORES
Marcelo vai ouvir todos
Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que vai ouvir todos aqueles que pedirem uma audiência sobre a eutanásia. No ano passado, o Presidente da República pediu que o assunto fosse debatido de forma "profunda", mas nunca revelou qual a sua posição.
Tema no debate quinzenal
Assunção Cristas (CDS-PP) questionou ontem o primeiro-ministro, António Costa, sobre a sua posição quanto à legalização da eutanásia. Costa respondeu apenas que não irá comentar nada sobre um processo legislativo em curso.
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