MP abriu inquérito relacionado com acesso especial a Medicina no Porto
Reitor da Universidade do Porto denunciou que tinham existido pressões de pessoas consideradas influentes para deixar entrar candidatos sem classificação mínima.
O Ministério Público (MP) abriu um inquérito relacionado com o curso especial de acesso a Medicina aberto este ano pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, confirmou, esta quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em resposta à Lusa, fonte oficial da PGR confirmou a "existência de inquérito relacionada com a matéria", escusando-se a adiantar detalhes sobre a investigação.
A abertura do inquérito foi noticiada, esta quinta-feira, pelo Jornal de Notícias, depois de, em 05 de setembro, o semanário Expresso ter tornado pública a denúncia do reitor da Universidade do Porto de que tinham existido pressões de pessoas consideradas influentes para deixar entrar em Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso para licenciados de outras áreas.
As declarações de António Sousa Pereira mereceram duras críticas do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, que acusou o reitor de mentir a propósito de um problema criado pela própria instituição, chegando a afirmar que aceitaria a demissão do responsável caso este a pedisse.
Na sequência da polémica, o parlamento aprovou em 09 de setembro requerimentos de vários partidos para que Fernando Alexandre e António Sousa Pereira sejam ouvidos na Comissão de Educação e Ciência.
O caso levou ainda a Federação Académica do Porto e as associações de estudantes da Universidade do Porto a pedirem a convocação urgente de um Senado Académico, que se reuniu na quarta-feira, à porta fechada, para ouvir a Reitoria e a direção da Faculdade de Medicina.
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