Mulheres são as que mais sofrem com esclerose
Doença autoimune afeta o sistema nervoso central.
Mulheres com idade entre os 20 e os 40 anos são mais suscetíveis de ter esclerose múltipla. Este é o perfil mais comum do doente com a doença que, em Portugal, afeta cerca de 5 mil pessoas.
Mulheres com idade entre os 20 e os 40 anos são mais suscetíveis de ter esclerose múltipla. Este é o perfil mais comum do doente com a doença que, em Portugal, afeta cerca de 5 mil pessoas.A esclerose múltipla é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que afeta o sistema nervoso central, interferindo com a capacidade de controlar funções. "O problema de base é a ocorrência de uma perturbação no sistema imunológico que vai gerando lesões no cérebro e na medula espinal", explica ao CM José Vale, neurologista do Hospital dos Lusíadas, em Lisboa.
Nesta doença, o sistema imunológico ataca o próprio organismo e provoca danos na mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo ótico. Em consequência aparecem diferentes sintomas que vão da paralisia dos membros à perda da visão."A questão de imprevisibilidade é talvez a pior para estes doentes. Isso inviabiliza projetos a prazo. Imagine alguém com 30 anos, que tem o mundo a seus pés, e de repente recebe este diagnóstico. O estigma é muito negativo em relação à doença", refere o médico.
José Vale diz ainda haver um grave problema na reabilitação destes doentes no País. "Há muitas dificuldades em dar fisioterapia e, por vezes, até os próprios médicos não estão sensibilizados para a causa. O mesmo acontece com os empresários. Há mesmo casos de despedimentos de pessoas que sofrem da doença".
Não há cura, mas nem tudo é mau. Graças à atual terapêutica e à ressonância magnética – que permite confirmar o diagnóstico – é possível que o doente tenha alguma qualidade de vida.
Fazer exercício físico regular, repousar, não abusar do sal e evitar o tabaco são algumas das recomendações do médico.
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