"Ninguém está a salvo na Síria"
Casal fugiu de Raqqa com as três filhas para se salvar. Está agora em Ovar.
A paz que a família Alkhamis encontrou em Ovar contrasta com os constantes bombardeamentos que faziam parte do dia a dia na cidade de Raqqa (Síria), de onde fugiram em agosto.Ali, de 38 anos, a mulher Nada Al Nadaf, de 28, e as três filhas, de 4, 7 e 9 anos, estão há seis dias na nova casa e dizem que finalmente encontraram "um bom sítio para viver". As aulas de português estão a ser essenciais para o emprego garantido que têm numa fábrica da cidade, a partir do próximo mês.
"Fugimos depois de mais bombardeamentos perto da nossa casa, o meu irmão já tinha fugido e eu precisava de salvar a minha família também", explica Ali, que trabalhava como alfaiate e artesão na cidade que tem sido alvo de bombardeamentos franceses e russos nos últimos dias."Fomos num barco de borracha até à Grécia, pagamos 1300 dólares (cerca de 1200 euros) por cada um, pensei que íamos morrer. Na Áustria, conheci o português Nuno, foi a nossa salvação", explica. Foi o grupo de portugueses ‘Famílias como as nossas’ quem trouxe a família síria para Portugal. A união de freguesias de Ovar e a comunidade ajudaram a família com dois empregos, aulas de português e uma casa.
"A esta hora já tínhamos morrido. Ninguém está a salvo lá. Tivemos de arriscar para sobreviver. Hoje, sei que as minhas filhas vão ter um futuro", frisa . O pai de Nada foi sequestrado e alguns familiares morreram: só mantém contacto via internet com a mãe de Nada e um irmão de Ali, também refugiado.
"Fomos num barco de borracha até à Grécia, pagamos 1300 dólares (cerca de 1200 euros) por cada um, pensei que íamos morrer. Na Áustria, conheci o português Nuno, foi a nossa salvação", explica. Foi o grupo de portugueses ‘Famílias como as nossas’ quem trouxe a família síria para Portugal. A união de freguesias de Ovar e a comunidade ajudaram a família com dois empregos, aulas de português e uma casa.
Recorde-se que, na semana passada, chegaram a Portugal 39 refugiados, de países africanos e asiáticos, que ainda não integram a quota de 4500 refugiados que Portugal vai receber no âmbito da crise migratória.
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