Papa quer gays acolhidos pela Igreja mas longe dos seminários

Numa reunião com padres, Francisco voltou a usar termo italiano ‘frociaggine’, depreciativo para homossexuais, para dizer que há ambiente de ‘mariquice’ no Vaticano.

13 de junho de 2024 às 01:30
Papa Francisco chegou de cadeira de rodas à Basílica de São Pedro Foto: Yara Nardi/Reuters
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O Papa Francisco renovou o apelo à Igreja para “acompanhar e acolher” homossexuais, mas reiterou o pedido de prudência relativamente à entrada de gays nos seminários.

Num encontro na terça-feira com um grupo de 160 sacerdotes da Diocese de Roma, Francisco voltou a dizer, segundo a agência de notícias italiana ANSA, que há um “ambiente de ‘mariquice’ no Vaticano”.

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A Igreja deve acompanhar os homossexuais, mas o melhor seria travar a sua entrada nos seminários, disse Francisco. “São bons rapazes, mas é melhor não entrarem”, terá defendido.

De acordo com fontes presentes na reunião, o Sumo Pontífice voltou a usar o termo italiano ‘frociaggine’ - que pode ser traduzido para ‘mariquice’.

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Na nota oficial, o Vaticano diz que o Papa “falou sobre o perigo das ideologias na Igreja”, reconhecendo que Francisco voltou ao tema da admissão de pessoas com tendências homossexuais nos seminários.

É a segunda vez, em menos de um mês, que o Papa volta a utilizar o termo ‘frociaggine’. No dia 20 de maio, durante um encontro à porta fechada com 250 bispos da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Francisco apelou a que os bispos não acolhessem pessoas abertamente homossexuais nos seminários.Na sequência da polémica, o Vaticano emitiu um comunicado dizendo que “O Papa nunca teve a intenção de ofender ou de se exprimir em termos homofóbicos e apresenta as suas desculpas a todos aqueles que se sentiram ofendidos”.

HOMOSSEXUAL “NÃO É UM CRIME”

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Em janeiro do ano passado, Francisco afirmou que “somos todos filhos de Deus, e Deus ama-nos como somos e com a força com que todos nós lutamos pela nossa dignidade. Ser homossexual não é um crime. Não é um crime”.

REGRAS DOCUMENTO ORIENTADOR

A Igreja “não pode admitir ao seminário nem às ordens sagradas os que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais enraizadas ou apoiem o que se conhece como cultura gay”, diz o Vaticano.

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