Paraplégico após cirurgia ao joelho

José Santos, 60 anos, deu entrada no Hospital CUF – Infante Santo (Lisboa) para ser operado a uma lesão no menisco da perna esquerda, em março de 2009, mas saiu numa cadeira de rodas. O doente, canalizador, ficou paraplégico devido a um hematoma epidural resultante da anestesia. Não recuperou até à sua morte, seis meses depois. Agora, dois médicos são acusados do crime de ofensas à integridade física graves por negligência. O julgamento começa amanhã.

Segundo o despacho de pronúncia, o doente, além do problema no menisco, tinha problemas cardíacos. Para diminuir os riscos da cirurgia, optou-se por uma "anestesia epidural".

Após recuperar da anestesia, José Santos "queixou-se de dores na coluna e de formigueiro nos membros inferiores". Foi observado por um médico – arguido no processo – que mudou o doente de lugar, sem que lhe fosse feita uma TAC.

Como as dores continuaram, foi visto por uma médica da Urgência – também arguida –, que "não determinou a realização de qualquer exame". Só no dia seguinte se realizou a TAC, que revelou "um hematoma epidural, que comprimia a medula espinal e provocava a paralisia dos membros inferiores".