Se o "dedo do pé cair, caiu", disse a clínica.
A família de uma doente de 87 anos que morreu, no dia 7 de maio, no hospital de Cascais, acusa a médica do Serviço de Urgência de negligência e fez uma queixa no Livro de Reclamações. Os familiares vão avançar com uma queixa na Justiça.
"A minha mãe esteve internada naquele hospital em meados de abril e deram-lhe alta no dia 24. Quatro dias depois tive de a levar à Urgência porque tinha o segundo dedo do pé em gangrena e o peito do pé estava a ficar vermelho. Suspeito de que os médicos, enfermeiros e auxiliares não viram os pés dela durante o internamento", afirmou ao CM Paulo Serra, 49 anos, filho de Alice Serra, que sofria de diabetes e era cardíaca.
"Depois de ver os resultados das análises, a médica disse que a minha mãe tinha alta. Fiquei revoltado e disse-lhe que não a levava para casa porque não estava bem, tinha o dedo do pé gangrenado. A médica respondeu: ‘Se o dedo cair, caiu’."
Alice Serra esteve internada durante dois dias no Serviço de Observações do hospital de Cascais e depois foi transferida para o Serviço de Medicina.
"O estado de saúde dela piorava cada vez mais de dia para dia", lembra o filho, Paulo Serra.
A paciente viria a morrer dias mais tarde por "falência dos órgãos", segundo informações à família. Paulo Serra afirmou ao CM que a mãe foi apenas "tratada com antibióticos". "Não fizeram nenhuma operação à minha mãe, não lhe amputaram o dedo do pé e não sei se essa situação não contribuiu para o agravamento do estado de saúde e a morte dela", sublinhou Paulo Serra. Ao CM, a assessoria de comunicação do hospital afirmou estar "internamente a analisar" a situação.
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