Patriarca de Lisboa pede paz global e a defesa da dignidade de todas as pessoas
Rui Valério defendeu a construção de uma "paz que não nasce da força, mas da transformação dos corações".
O patriarca de Lisboa, Rui Valério, utilizou esta quarta-feira a mensagem de Natal para defender a dignidade das pessoas, imigrantes ou excluídos sociais, e a construção de uma paz global a partir de atos individuais.
"Ninguém é um número, um produto ou um recurso descartável" e "cada pessoa é única, portadora de uma dignidade que nenhuma circunstância pode apagar", disse esta quarta-feira Rui Valério, na mensagem de Natal do Patriarcado.
E por isso, "independentemente da língua que fale, da terra de onde venha ou da história que traga consigo, cada rosto merece respeito, reconhecimento e a possibilidade de construir uma vida digna para si e para a sua família", considerou o patriarca de Lisboa, que tem sido muito vocal na defesa dos imigrantes e dos excluídos sociais, perante os abusos, na linha do Papa Leão XIV.
No discurso, Rui Valério defendeu a construção de uma "paz que não nasce da força, mas da transformação dos corações", dirigindo o seu pensamento "a todos os lugares marcados pela guerra, pela violência e pelo medo".
"A esses povos, a todas das famílias, queremos dizer, com simplicidade e verdade: não estão sozinhos", disse o prelado português.
Na noite mais celebrada pelos católicos, o patriarca não quer "falar de esperança e de paz como ideias distantes", mas "abrir, no concreto da nossa vida quotidiana, caminhos de proximidade, de união e de concórdia".
Hoje, o "coração humano, tantas vezes ferido e cansado, é chamado nesta noite a dilatar-se" e a "deixar que seja a compreensão, e não o calculismo, a orientar as relações entre as pessoas", porque "o cuidado, a compaixão e a responsabilidade partilhada não podem ser substituídos por uma lógica fria que exclui, descarta e fragmenta".
Na mensagem, o responsável pela diocese de Lisboa saudou todas as organizações e pessoas, com "mãos estendidas para cuidar", recordando a grande quantidade de "vidas frágeis" que "continuam hoje a ser sustentadas por gestos silenciosos de quem serve, partilha e acompanha, longe dos holofotes, com fidelidade e ternura".
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