Perturbações mentais atingem "situação dramática"
Há cada vez mais menores a serem internados, segundo um relatório oficial.
Há cada vez mais crianças a serem internadas devido a perturbações mentais. Em 2013, o número de internamentos a nível nacional foi de 500, mais 80 do que no ano anterior. Também o número de consultas sofreu um acréscimo acentuado, referiu o diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental.
Álvaro Carvalho, na apresentação do relatório "Portugal - Saúde Mental em números 2014", destacou que na região Norte os médicos denunciaram a existência de um acréscimo de surtos psicóticos.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, os especialistas apontam, por sua vez, para um aumento das tentativas de suicídio entre crianças e adolescentes provenientes da classes média e alta. A medicação em excesso nestas idades para doenças do foro mental é outro dos problemas destacados.
A falta de profissionais de psiquiatria habilitados para tratar os menores levou o diretor de psiquiatria do Centro Hospitalar de Lisboa Norte a classificar a situação de dramática.
Elevado impacto nos cidadãos
Daniel Sampaio sublinhou que perante o acréscimo de doentes, discorda da política adotada de internar jovens com idades entre os 16 e os 18 anos em enfermarias de adultos.
Para o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Leal da Costa, classificar a situação de dramática é utilizar uma palavra muito suave. E lembrou que o país forma em média por ano 9 a 11 pedopsiquiatras.
O relatório acrescenta que um em cada cinco portugueses sofre de perturbações psiquiátricas. As perturbações mentais e do comportamento têm um elevado impacto nos cidadãos portugueses.
A taxa de mortalidade por suicídio de 2008 para 2012 cresceu de 9,7 por cada cem mil habitantes para 10,1. Sustenta ainda o trabalho que "as equipas comunitárias de saúde mental em Portugal continuam num patamar de desenvolvimento inferior ao dos restantes países da Europa Ocidental".
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