Petição contra fecho da Neonatologia da Estefânia

Uma petição pública contra o encerramento da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) do Hospital D. Estefânia (HDE) reunia esta quarta-feira mais de cinco mil subscritores. O encerramento iminente, devido à falta de médicos, “coloca em risco os bebés mais frágeis do nosso país”, refere o texto da petição, garantindo que a transferência para o polo de Neonatologia da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), onde não existe bloco operatório, obrigaria a transportar de ambulância para a Estefânia bebés que precisassem de cirurgia, quando agora os serviços funcionam lado a lado.

“Cada bebé em risco precisaria de ser transportado de ambulância, instável, lutando pela vida, quando cada minuto é precioso”, pode ler-se no texto, que aponta um défice na resposta em Neonatologia caso o fecho se concretize. O médico pediatra Caldas Afonso desvaloriza estas questões. “Nem todos os hospitais do país têm todas as respostas, por isso temos dos melhores serviços de transporte interhospitalar pediátrico”, afirmou ao CM o diretor do Centro Materno Infantil do Norte, considerando que, em termos de resposta “a situação parece ajustável e segura se houver encerramento, que espero que não aconteça”, lembrando que a capacidade da Neonatologia da MAC poderá ser um pouco aumentada e que a nova unidade do Hospital de Santa Maria, cuja abertura está prevista até final do ano, trará um reforço de 10 vagas - passa de 18 para 28.

Caldas Afonso, que dirigiu a Comissão Nacional para a Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente que elaborou a proposta para a rede de referenciação neonatal (está em discussão pública) mostra-se contudo surpreendido com a intenção de encerramento. “Contactámos todos os serviços de Neonatologia dos hospitais há três ou quatro meses e não foi relatada nenhum preocupação em relação a essa unidade. Não sei o que aconteceu entretanto”, afirmou.