Professores exigem retirada das listas
Desespero e lágrimas em protesto de docentes colocados a centenas de quilómetros de casa.
Centenas de professores dos quadros de zona pedagógica, alguns com duas décadas de experiência de ensino, protestaram ontem no Porto e muitos não esconderam lágrimas de desespero por terem ficado colocados a centenas de quilómetros de casa.
Na origem da situação está uma alteração de procedimentos feita pelo Ministério da Educação, que considerou apenas horários completos para o concurso de mobilidade interna.
"Moro em Braga e fiquei colocada a 250 quilómetros, em Figueira de Castelo Rodrigo. É assustador. Tenho três filhas de 3, 6 e 8 anos e não sei o que vou fazer", contou, em lágrimas, Maria João Costa.
Já Cláudia Pinto mora em Esmoriz (Ovar) e ficou colocada em Arganil, a 140 quilómetros.
"Não sei se levo o meu filho de nove meses comigo ou se tenho de deixar de o amamentar", afirmou, emocionada.
Manuela Mendonça, da Fenprof, considerou que esta é "uma situação de emergência" e exigiu a "retirada imediata das listas".
"O Ministério da Educação ainda tem todas as condições para reverter a situação sem prejuízo para os professores e alunos. Ainda há tempo para corrigir, se houver vontade política", disse.
A Fenprof pediu uma reunião urgente ao Ministério da Educação, mas não obteve ainda resposta. O ano letivo começa entre 8 e 13 de setembro.
Ministério diz que está a cumprir a lei
Técnicos especializados em protesto
Na terça-feira, o ME autorizou a recondução de todos cujos horários tenham sido pedidos até 16 de setembro de 2016. A tutela diz que mais de 2 mil poderão renovar.
Os técnicos exigem ainda a vinculação aos quadros.
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