Raríssimas suspende Paula Brito e Costa
Fundadora apresentou-se ao serviço, sob protestos dos funcionários.
Depois de oito horas na Casa dos Marcos, na Moita, Paula Brito e Costa saiu da Raríssimas sob uma ordem de suspensão de 30 dias. De acordo com o comunicado, assinado pela vogal da direção da Associação, Marta Balula, foi instaurado um "procedimento prévio de inquérito para investigar a alegada violação dos deveres de sigilo, de obediência e de lealdade para com o empregador", por parte de Paula Brito e Costa.
O mesmo parecer da direção da Raríssimas indica ainda que a decisão se deve ao facto de a presença da ex-presidente no local de trabalho poder "perturbar as averiguações do procedimento de inquérito".
Esta quarta-feira, a ainda diretora-geral, fundadora e ex-presidente da Raríssimas apanhou de surpresa os 130 funcionários da Casa dos Marcos ao apresentar-se ao serviço logo pela manhã, acompanhada pelo marido, Nélson Costa, que também trabalha na Casa dos Marcos.
Foram recebidos com desagrado por parte dos trabalhadores, que abandonaram as funções para se concentrarem à porta da unidade. "Exigimos que vá embora porque só prejudica a instituição", explicou ao CM Inês Pacheco, assistente social da Casa dos Marcos.
À saída, Paula Brito e Costa preferiu remeter-se ao silêncio. Saiu acompanhada do marido, que tapou a cabeça com um casaco.
Vieira da Silva acusado de violar código O PSD acusou ontem o ministro Vieira da Silva de ter violado o código de conduta, aprovado pelo atual Governo, ao tomar decisões sobre uma entidade, Raríssimas, onde exerceu funções como vice-presidente da Assembleia Geral.
No debate quinzenal no Parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que o ministro "não violou nenhum código de conduta" e que ambos estão "de consciência tranquila".
Associação pagou cursos de 50 mil eurosPaula Brito e Costa usou mais de 50 mil euros da Raríssimas e da Federação das Doenças Raras para pagar cursos de formação na escola de negócios AESE, para ela e para o filho, César, entre 2014 e 2016.
SAIBA MAIS
2002
A Raríssimas é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em abril de 2002. A iniciativa partiu de Paula Brito e Costa, que teve um filho com uma doença rara.
Marco deu nome a casa
O filho de Paula Brito e Costa, Marco, sofria de Cornelia de Lange e morreu aos 16 anos e deu nome à Casa dos Marcos, uma ideia que ajudou a criar.
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