Ratos e dejetos em lar de idosos
Neto de uma das utentes de Santana da Carnota chegou a encontrar ratos no armário da avó.
Não havia condições, cheirava a urina e havia moscas. Cheguei a encontrar ratos e dejetos no armário da minha avó." Foi desta forma que Luís Ferreira descreveu ontem, no Tribunal de Loures, o estado em que se encontrava o lar de idosos de Santana da Carnota (Alenquer), encerrado pela Segurança Social em 2011.
Na 4ª sessão do julgamento de Maria da Conceição Boto, proprietária do lar ilegal que está acusada de 37 crimes de maus-tratos, Luís Ferreira revelou que pagava "entre 600 e 700 euros" por mês à arguida, valor que não incluía os medicamentos. A testemunha, que visitava frequentemente a avó, revelou ainda que chegou a ver a roupa desta vestida noutros utentes. A idosa sofria de Alzheimer e, segundo o neto, não estaria a ser medicada corretamente.
Miguel Caniço pagava "750 euros de mensalidade" pela estadia da mãe no lar. "Numa visita, a minha mãe disse-me que tinha estado fechada dois dias num anexo", recordou em tribunal, acrescentado que a encontrava frequentemente a chorar e "mal vestida, com roupas de homem."
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