Refugiados deixam aldeia que os acolheu
Acusam organização de desrespeito e pedem para trocar.
Já são quase 500 os refugiados que estão em Portugal provenientes dos centros de acolhimento da Grécia e de Itália, mas nem todos estão satisfeitos com o destino que tiveram. Um grupo de sírios, de 10 adultos e seis crianças, acolhido pela fundação ADFP, em Miranda do Corvo, acusa a instituição de desrespeito e reclama do local onde foi instalado.
"Puseram-nos no Senhor da Serra para nos controlar. Tinha de acordar às 07h00, apanhar o autocarro e só voltava ao fim do dia", disse ao CM um dos refugiados, de 25 anos, que não quis ser identificado. "Não há respeito, gozam connosco e com a nossa situação na Síria", acusa. Alguns dos refugiados, que chegaram a Portugal há pouco mais de um mês, foram alojados na aldeia de Senhor da Serra, a 10 quilómetros do centro da vila, mas não gostaram do local e das condições impostas.
Um dos migrantes já fugiu do País e outro, cuja mulher está grávida, saiu da aldeia e já chegou a dormir à porta da GNR de Miranda do Corvo em protesto. "A população é simpática e respeita-nos, o nosso problema é com a instituição", diz um outro refugiado, professor, de 27 anos.
Jaime Ramos presidente da ADFP, assegura "que são tratados com muita dignidade e grande respeito pelas suas culturas".
Os refugiados querem "trocar de organização" e já enviaram pedidos de ajuda a outras instituições.
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