Seis urgências fechadas na Passagem de Ano agravam caos na saúde
Doentes urgentes com espera superior 16 horas no Amadora-Sintra e de dez horas em Leiria.
Filas de doentes entopem as urgências de grande parte dos hospitais, num momento em que o País enfrenta uma epidemia da gripe.
Ao início da manhã desta terça-feira, os utentes com pulseira amarela na urgência do Amadora-Sintra contavam com um tempo de espera de 16 horas e 30 minutos para serem observados por um médico, quando o tempo recomendado é de uma hora.
Uma situação bastante complicada também ocorreu no hospital de Leiria com um tempo médio de espera superior a dez horas. Em Lisboa, no Hospital Santa Maria os doentes urgentes esperavam cinco horas e em Loures aguardavam cinco horas e 28 minutos.
Um tempo excessivo foi também registado no Hospital São José, em Lisboa, com doentes a aguardar duas horas e sete minutos.
Para esta quarta-feira, com a Passagem de Ano, a situação será ainda mais complicada com o fecho de seis urgências. O portal de informação do SNS indica o encerramento de Ginecologia e Obstetrícia em Portimão, Barreiro, Setúbal, Vila Franca de Xira e de ginecologia no Amadora-Sintra. Em Torres Vedras estará encerrada a urgência Pediátrica.
Por sua vez, no primeiro dia de 2026 a indicação é do fecho de cinco urgências de Ginecologia e Obstetrícia em Portimão, Barreiro, Setúbal, Vila Franca de Xira e Abrantes.
No Algarve, a urgência Pediátrica está igualmente ameaçada no fim de Ano. O Sindicato dos Médicos da Zona Sul indicou que na quarta-feira "há apenas um pediatra na urgência externa de Faro para todo o Algarve, além de três outros médicos, ameaçando os cuidados de saúde para as crianças em toda a região". Informa ainda que "Portimão estará encerrada".
Entretanto, a Unidade Local de Saúde de Coimbra ativou o nível 2 do Plano de Contingência face ao aumento da procura dos serviços de urgência hospitalares associados a infeções respiratórias, após quase 4500 atendimentos na semana anterior. O nível 2 implica um aumento progressivo de camas em enfermaria até um limite de 58 camas. Criado também um circuito respiratório diferenciado do circuito não respiratório, com pré-triagem para a deteção de infeções respiratórias.
Também, Leiria avançou para o nível 2. "Como resposta, foi determinado o reforço da capacidade assistencial, passando para 32 camas em nível de contingência e do reforço das equipas", informou a Unidade Local de Saúde.
No combate à gripe A, a Direção-Geral da Saúde indicou que cerca de 2,5 milhões de pessoas estão vacinadas, com 86% das pessoas com mais de 85 anos a serem vacinadas.
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