Shein, AliExpress, Temu e Wish investigadas por venda de bonecas sexuais e pornografia

No caso da Shein, o Governo francês ameaçou proibir o acesso à plataforma depois de ter descoberto que esta oferece alguns modelos com aspeto infantil.

04 de novembro de 2025 às 08:42
Compras online Foto: Getty Images
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As plataformas chinesas Shein, AliExpress e Temu, juntamente com a norte-americana Wish, estão sob investigação em França por venderem bonecas sexuais e distribuírem conteúdo pornográfico sem censura a menores. 

No caso da Shein, o Governo francês ameaçou proibir o acesso à plataforma depois de ter descoberto que esta oferece alguns modelos com aspeto infantil.

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"Quero ser muito claro: se este comportamento se repetir, teremos o direito de solicitar que a Shein seja banida do mercado francês. Isto está previsto na lei", declarou o ministro da Economia francês, Roland Lescure, em entrevista à cadeia de televisão BFM e à rádio RMC.

Lescure explicou que este tipo de medidas pode ser tomada em casos de atos terroristas, tráfico de droga e pornografia infantil se a plataforma não retirar os produtos em causa no prazo de 24 horas ou se houver reincidência.

O ministro assegurou, de qualquer forma, que está em curso uma investigação judicial para apurar por que razão as bonecas sexuais estavam a ser vendidas naquele 'site'.

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A Direção-Geral da Concorrência, Assuntos do Consumidor e Controlo de Fraudes (DGCCRF, na sigla em francês) de França emitiu o alerta no passado, depois de confirmar que "o 'site' de comércio eletrónico Shein estava a vender bonecas sexuais com aspeto infantil" e que "a sua descrição e categorização no site tornam difícil duvidar da natureza de pornografia infantil do conteúdo".

Posteriormente, a imprensa francesa noticiou que a DGCCRF tinha detetado a distribuição de produtos similares na plataforma AliExpress durante as suas inspeções.

A DGCCRF emitiu ainda alertas sobre a plataforma chinesa Temu e a plataforma norte-americana Wish por distribuírem conteúdo pornográfico sem o filtrarem a menores.

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Além da Shein, esta entidade remeteu as outras três plataformas para o Ministério Público de Paris e ordenou-lhes que cumprissem a legislação francesa.

A Shein, por sua vez, emitiu um comunicado a confirmar a remoção dos produtos em causa e a afirmar que "mantém uma política de tolerância zero em relação a qualquer conteúdo ou produto que viole as políticas da nossa plataforma ou as leis aplicáveis".

"Levamos este assunto muito a sério. Este tipo de conteúdo é completamente inaceitável e vai contra tudo aquilo que defendemos. Estamos a tomar medidas corretivas imediatas e a reforçar os nossos controlos internos para evitar que isto volte a acontecer", enfatizou a empresa, confirmando também uma investigação interna sobre a forma como estes bonecos contornaram as medidas de controlo do site.

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Este não é, no entanto, o primeiro conflito entre as autoridades francesas e este gigante chinês, que é frequentemente alvo de denúncias de concorrência desleal em França e na Europa em geral.

Em França, a Shein já foi alvo de várias sanções relacionadas com a imposição ilegal de 'cookies' (pequenos ficheiros armazenados em dispositivos que acedem a 'sites', frequentemente utilizados por estes 'sites' para enviar publicidade direcionada) sem informar devidamente os utilizadores.

A sanção mais recente, uma multa de 150 milhões de euros, foi aplicada em setembro passado.

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O governo planeia também impor uma taxa de dois euros sobre os pequenos pacotes provenientes de fora da União Europeia a partir de 2026, sendo a Shein e outros sites chineses, como o Temu, os principais alvos.

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