Terceira dose da vacina da Pfizer sem influência na imunidade de grupo

Pfizer admite ser necessária mais uma dose para garantir proteção contra novas variantes da Covid-19. Vacinação poderá ter de ser anual.

17 de abril de 2021 às 01:30
António Sarmento, diretor do serviço de infecciosas do São João Foto: Bruno Colaço
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A imunidade de grupo contra a Covid-19, apontada para o final do verão, não está comprometida. Em causa está o facto de, afinal, serem necessárias três doses da vacina da Pfizer para garantir proteção contra novas variantes do vírus. Considera-se que há imunidade de grupo quando 70% da população está vacinada com o número de doses estipulado por cada farmacêutica - duas no caso da Pfizer, AstraZeneca e Moderna.

“Um cenário provável é de que precisaremos de uma terceira dose da vacina, algures entre os seis e os doze meses após a primeira toma e, daí em diante, uma revacinação anual”, admitiu o presidente da farmacêutica, em entrevista. Albert Bourla avançou ainda com a possibilidade de a população mundial ter de ser vacinada todos os anos.

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“Esta terceira dose vai funcionar, muito provavelmente, como um reforço da imunidade, tal como acontece com tantas outras vacinas, para aumentar a quantidade de proteção e não porque ela não existe”, explica ao CM Rui Nogueira, médico de família. A confirmar-se a necessidade da terceira dose, a Comissão Europeia terá de fechar novos contratos com a Pfizer, já que a vacina desta farmacêutica, e a da Moderna, são as únicas, para já, que servem toda a população. A da AstraZeneca só é dada a maiores de 60 anos e a da Johnson & Johnson, que já está em Portugal, aguarda luz verde após ser associada a coágulos sanguíneos.

Um estudo do Instituto de Medicina Molecular, divulgado esta sexta-feira, estima que 13% da população portuguesa tinha, em março, anticorpos contra o novo coronavírus, após ter enfrentado a infeção natural. A percentagem sobe para 17% quando incluídas as pessoas vacinadas.

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Agendamento dita longas filas

As filas para tomar a vacina contra a Covid-19 que se têm registado um pouco por todo o País estão relacionadas com problemas de agendamento, esclarece ao CM fonte oficial da ‘task force’ que coordena o plano de vacinação. “As situações que chegaram ao nosso conhecimento resultaram, não de capacidade de administração de vacinas, mas de problemas relacionados com o processo de agendamento, sem significância, se considerarmos o número total de agendamentos e inoculações”, explica ao CM a coordenação da estratégia.

Governo dos Açores recorre a emigrantes para ter vacinas

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O Governo dos Açores vai desenvolver contactos junto de políticos e empresários emigrantes, nos Estados Unidos da América, para tentar que o país ceda ou venda vacinas contra a Covid-19 à região. "Vamos sensibilizá-los para que consigam interceder para que os Estados Unidos nos forneçam vacinas de um modo gratuito ou, até, através dos nossos empresários, conseguindo adquiri-las pagando, porque a saúde dos açorianos não tem preço", afirmou Artur Lima, vice-presidente do Executivo Açoriano.

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