"Vidas Negras Importam": Ruas de Lisboa enchem-se pela igualdade e contra o racismo. Veja as imagens
"Black Life matters" foi uma das expressões mais ouvidas na manifestação e muitas pessoas empunhavam pequenos cartazes onde se podia ler "não quero ter medo da PSP" ou "silêncio branco é compactuar".
Centenas de pessoas desceram esta tarde algumas das principais ruas de Lisboa numa manifestação contra o racismo denominada "Vidas Negras Importam", a evocar, de forma pacífica, os protestos que ocorrem nos Estados Unidos.
"Black Life matters" foi uma das expressões mais ouvidas na manifestação e muitas pessoas empunhavam pequenos cartazes onde se podia ler "não quero ter medo da PSP" ou "silêncio branco é compactuar".
A maior parte das pessoas que compõem a manifestação são jovens e a maioria dos manifestantes estava de máscara, mas sem respeitar a distância social imposta pela prevenção da Covid-19.
À passagem da sede do Bloco de Esquerda, à chegada ao Martim Moniz, estava a líder, Catarina Martins, na varanda que foi muito aplaudida.
"O povo unido jamais será vencido", gritaram os manifestantes, entre aplausos à líder bloquista.
A marcha teve início pouco depois da 17h00 na Alameda D. Afonso Henriques, junto à Fonte Luminosa e mais de uma hora depois chegou ao Largo do Martim Moniz, com fim previsto para a Praça do Comércio.
Mais de mil pessoas nas manifestações contra o racismo e a precariedade laboral no PortoJanira, 26 anos, natural da Guiné, foi uma das "mais de mil" pessoas, segundo a organização, que hoje se uniram, no Porto, em manifestações contra a precariedade laboral e contra o racismo.
Em declarações à Lusa, a guineense, a residir em Portugal desde criança, reconheceu que nunca foi vítima de racismo, mas disse não poder ficar "indiferente" ao que se passa.
"O que aconteceu George Floyd, nos EUA, é uma coisa que pode acontecer comigo a todo o momento, porque há uma coisa que temos em comum, que é a cor da pele", disse.
Centenas de pessoas manifestam-se em Coimbra contra o racismo
Centenas de pessoas manifestaram-se hoje, em Coimbra, contra o racismo, associando-se à "luta pela dignidade humana" na sequência da morte, em maio, do afro-americano George Floyd, sob custódia da polícia dos Estados Unidos.
A concentração, na Praça da República, na Alta de Coimbra, fez parte das manifestações de protesto, em vários países, contra a morte de Floyd -- "Black Lives Mater" -- e que em Portugal também estavam previstas para a tarde de hoje em Braga, Lisboa, Porto e Viseu.
Floyd, de 46 anos, foi morto em 25 de maio, em Minneapolis, no estado norte-americano do Minnesota (Estados Unidos), depois de ter sido pressionado no pescoço pelo joelho de um polícia, durante cerca de oito minutos, numa operação de detenção, apesar de a vítima dizer que não conseguia respirar.
A morte de George Floyd é "o ponto de viragem, de rotura, de mudança" e "hoje este protesto é uma homenagem a todos as vítimas" do racismo, da opressão, sustentou Leonardo Botelho, um dos organizadores da iniciativa em Coimbra.
"Neste dia dizemos basta", mas isso "não chega e temos de o dizer todos os dias, sempre que há injustiças", apelou ainda o estudante da Faculdade de Direito de Coimbra, durante a sua intervenção na manifestação.
"O meu nome não interessa", afirmou ainda Leonardo, dizendo que é "o negro, o de cor, o negrinho, o preto, o escurinho, o pretinho -- nunca tive coragem de o dizer, mas hoje digo-o: não gosto". E acrescentou: "Não basta não sermos racistas, temos de ser antirracistas".
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