Temperatura ultrapassa 1,5 graus numa década em todos os cenários contemplados pela AIE

Agência Internacional de Energia alerta que se está a tornar mais difícil cumprir a meta de emissões líquidas zero para 2050.

12 de novembro de 2025 às 13:55
Calor Foto: Getty Images
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O aumento da temperatura global vai ultrapassar o objetivo de 1,5 graus centígrados no máximo numa década em todos os cenários contemplados pela Agência Internacional de Energia (AIE), relatório anual de perspetivas energéticas globais, esta quarta-feira publicado.

A AIE alerta que se está a tornar mais difícil cumprir a meta de emissões líquidas zero para 2050.

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No relatório anual de perspetivas energéticas globais, a AIE constata que "o mundo não está a caminho de cumprir os objetivos climáticos acordados internacionalmente e enfrenta uma série de condições económicas e geopolíticas difíceis".

É uma forma de indicar que as coisas não resultaram, que a trajetória das emissões de carbono está cada vez mais distante do cenário de zero emissões líquidas até meados do século e que as contribuições feitas pelos países estão aquém da ambição necessária.

Os autores do relatório apontam que, em 2024, o aquecimento em relação à era pré-industrial foi de 1,4 graus e que nos três cenários com os quais trabalharam, o nível de 1,5 graus será superado por volta de 2030.

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Se as políticas atuais fossem mantidas, o aumento seria superior a 2 graus até 2050, atingiria 2,9 graus em 2100 e continuaria a subir a partir daí.

Com as políticas anunciadas pelos governos, que em muitos casos implicam mudanças, o aumento de dois graus seria alcançado por volta de 2060 e chegaríamos ao final do século com um acréscimo de 2,5 graus.

Caso a neutralidade de carbono seja alcançada até 2050, o aquecimento atingiria o seu pico nessa época, com cerca de 1,65 graus adicionais, e a partir daí poderia ser reduzido removendo parte do dióxido de carbono da atmosfera para limitar esse aquecimento a menos de 1,5 graus até 2100.

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No entanto, a AIE reconhece que há alguma incerteza sobre como a Terra pode reagir a futuras emissões e a um aumento da temperatura, o que, a seu ver, sublinha a importância de limitar os riscos de cenários extremos.

Porque, por exemplo, há 5% de probabilidade de que o aumento da temperatura seja superior a 4 graus até 2100 se as políticas atuais forem mantidas. 

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