Preocupações relativamente à seca, um problema que este ano se somou às "pragas" que afetam o setor, desde doenças à escassez de mão-de-obra, foram aliviadas com a chuva de setembro.
A chuva em setembro ajudou a recuperar castanheiros e ouriços na serra da Padrela, Valpaços, aliviando preocupações relativamente à seca, um problema que este ano se somou às "pragas" que afetam o setor, desde doenças à escassez de mão-de-obra.
Ercílio Meireles é produtor de castanha da aldeia da Padrela, inserida na serra que lhe dá o nome, no concelho de Valpaços, distrito de Vila Real, e confessa que o verão lhe trouxe grandes preocupações.
"O verão extremamente quente não ajudou. A fase da floração foi favorável, mas a polinização não vingou muito bem. Ou seja, temos muitos castanheiros com ouriços que não têm frutos e isso vai levar a uma quebra de produção", afirmou o agricultor, que falava à margem de uma feira agrícola, inserida na iniciativa "Judia com Futuro II", que decorreu na aldeia de Rio Bom.
No entanto, segundo acrescentou Ercílio Meireles, os ouriços que têm castanha "foram beneficiados" com as chuvas dos últimos dias, que "vão ajudar no crescimento do fruto", o qual "vai ter a qualidade de sempre".
Também Lino Sampaio, da associação Agrifuturo, promotora do evento "Judia Com Futuro", destacou as chuvas que caíram recentemente que espera que ajudem a recuperar a cultura.
"São Pedro conseguiu ser nosso amigo e presenteou-os com alguma humidade", frisou.
Por causa da seca e do calor intenso, alguns ouriços não se desenvolveram, pelo que a região terá "menos castanha garantidamente", no entanto, o responsável acredita que "este será um ano muito interessante relativamente às castanhas".
"Eu estou convencido que os ouriços que vingaram vão compensar. Como há menos ouriços, os calibres vão ser maiores. Penso que vamos ter uma queda em quantidade, mas vamos ter a compensação em qualidade", acrescentou Dinis Pereira, produtor e proprietário da Agromontenegro, uma unidade de transformação, embalagem e comercialização de castanha.
A pouco mais de um mês do arranque da apanha da castanha, os produtores não arriscam adiantar números relativamente à produção de 2022 na serra da Padrela, onde se situa a maior mancha de castanha judia da Europa, o fruto que é a principal fonte de rendimento para muitas famílias.
No ano passado, Ercílio Meireles colheu 10 toneladas de castanha.
"Eu costumo dizer que o castanheiro já tem os problemas todos. É a vespa das galhas do castanheiro, são a doenças da tinta e do cancro, a septoriose quando as condições climáticas são favoráveis para o fungo desenvolver. Tem uma série de problemas", apontou o produtor.
A falta de mão-de-obra é um outro problema que se tem intensificado de ano para ano, tornando-se em mais uma "praga" a afetar o souto, pelo que, cada vez mais, os produtores olham para a solução da mecanização.
"Eu considero que a apanha das castanhas acaba por ser também uma praga na cultura e isto porque nós temos uma janela de 15 dias a um mês para poder fazer a colheita da castanha e, sem gente, não conseguimos", afirmou Lino Sampaio.
Na feira agrícola mostraram-se soluções para o setor: máquinas de recolha de castanha, acopladas em tratores ou autónomas, e ainda pulverizadores mecânicos, com ventilador redondo ou com canhão, sendo este usado para atingir a copa das árvores com maior dimensão.
"Temos uma novidade de uma máquina com 'kit' gerador de ozono. É uma máquina que cria ozono, que é misturado na água, para fazer tratamentos naturais às plantas, para não usar produtos químicos. É preventivo e não curativo para qualquer árvore, planta, para regas", afirmou Francisco Patrício, proprietário da Stagric, fabricante de equipamentos agrícolas.
O empresário exemplificou com o caso de um agricultor, na zona de Torres Vedras, que em "três hectares de vinha poupou quatro mil euros de produto químico".
Nesta época de castanha, a Agrifuturo vai "espalhar castanha pelo país", ou seja, vai colocar cinco carrinhos, assadores de rua, nas zonas de Lisboa, Porto, Coimbra e Algarve, para a promoção da variedade judia.
"Queremos que os consumidores comam castanha, mas que tenham a noção de que estão a comer uma castanha de altíssima qualidade e que é da variedade judia", afirmou Lino Sampaio.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.