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Diques falham no Baixo Mondego e ameaçam populações

Segundo dique, junto a Montemor-o-Velho, cedeu ontem à força das águas. Populações em perigo.

23 de dezembro de 2019 às 01:30

A época natalícia não vai ser de festa para quem vive no Baixo Mondego. Em dois dias, as forças das águas do Mondego fizeram colapsar dois diques, alagando uma vasta área no concelho de Montemor-o-Velho.

Este domingo, ao início da noite, um dique periférico, junto a Montemor-o-Velho, acabou por ceder, obrigando à retirada dos moradores da aldeia de Casal Novo do Rio. No sábado, um outro dique, do lado oposto do vasto vale, em Formoselha, também não resistiu.

O sistema de diques acabou por não resistir às forças das águas do Mondego, fruto das fortes chuvadas provocadas pelas depressões ‘Elsa’ e ‘Fabien’, e toda a zona ficou submersa. Aldeias isoladas, pessoas retiradas de casas, casas intransitáveis e culturas destruídas - e nos próximos dias, ou mesmo semanas, como previu Carlos Luís Tavares, comandante operacional distrital de Coimbra, as cheias vão continuar, com ou sem chuva.

E este domingo, a Quercus recordou o aviso feito há um ano: "O gigantesco aterro que está a ser efetuado no Mondego (após as obras de desassoreamento da albufeira do açude-ponte de Coimbra) vai provocar graves problemas em termos de retorno das cheias e assoreamento do rio, com prejuízos para todo o vale."

Em Coimbra, este domingo foi mais calmo, mas com o caudal do Mondego ainda elevado, a autarquia foi obrigada a retirar mais de uma centena de animais do canil municipal: estão nos armazéns do antigo regimento CICA4.

O mau tempo provocado pelas depressões ‘Elsa’ e ‘Fabien’ provocou dois mortos e um desaparecido (um funcionário da Câmara de Castro Daire que foi arrastado para o rio Paiva quando limpava a EN2), 144 pessoas desalojadas e mais de 320 deslocadas.

Águas do Ceira com quase dois metros invadem aldeias às portas de Coimbra

"Há muito lodo, muita coisa estragada e partida, para mandar fora", conta ao CM. As portas do café, recém-renovadas, não resistiram à força do Ceira, que invadiu o espaço, levantando tampos de mesas, partindo vitrinas e portas de vidro, e a louça quase toda.

"A Proteção Civil disse que a água iria levantar 80 centímetros. Metemos tudo a um metro e pouco. Mas, no final, acabou a levantar mais do que devia", desabafa. "Não me recordo de uma cheia assim. Depois das obras de desassoreamento, estávamos descansados. Mas, além de se repetir, tornou-se ainda pior", conta António João, 46 anos, de Conraria, às portas de Coimbra.

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