page view

Mediterrâneo bate novos recordes de temperatura média

Novo recorde surge após um mês de julho de canícula em grande parte da bacia mediterrânica.

16 de agosto de 2024 às 14:01

As temperaturas no Mediterrâneo estão a bater recordes, pelo segundo ano consecutivo, ameaçando a vida marinha, encorajando espécies invasoras e aumentando a intensidade potencial das chuvas numa região particularmente afetada pelos efeitos do aquecimento global.

Em 15 de agosto, a temperatura média diária à superfície do Mar Mediterrâneo atingiu um valor sem precedentes de 28,90°C, batendo o recorde de 28,71°C registado em 24 de julho de 2023, afirmou Justino Martinez, investigador do Instituto de Ciências Marinhas (ICM) de Barcelona e do instituto catalão ICATMAR.

Estas leituras preliminares baseiam-se em dados de satélite do serviço marítimo do Observatório Europeu Copernicus, que remontam a 1982.

"A temperatura máxima de 15 de agosto foi atingida na costa egípcia, em El-Arish (31,96ºC)", mas "este valor deve ser tomado com precaução", antes de uma verificação humana mais aprofundada, disse Justino Martinez.

Durante dois verões consecutivos, o Mediterrâneo terá estado mais quente do que no verão abrasador sem precedentes de 2003, quando uma média diária de 28,25°C foi medida em 23 de agosto, um recorde que se manteve durante vinte anos.

O novo recorde surge após um mês de julho de canícula em grande parte da bacia mediterrânica, que foi também atingida por ondas de calor, secas e incêndios, como os ocorridos na Grécia.

De acordo com Justino Martinez, o recorde também foi batido para a temperatura média diária (28,56°C em 15 de agosto deste ano em comparação com 28,40°C em 24 de julho de 2023), mas esta medida é menos relevante do que a temperatura média porque é mais fortemente afetada por leituras muito atípicas em partes isoladas do Mediterrâneo.

Atualmente, "o que é notável não é tanto atingir um máximo num determinado dia, mas observar um longo período de temperaturas tão elevadas", explicou Justino Martinez na terça-feira, quando o recorde estabelecido em 2023 tinha apenas sido igualado.

"Desde 2022, as temperaturas à superfície têm sido anormalmente elevadas durante um longo período, mesmo tendo em conta as alterações climáticas", acrescentou.

No entanto, o recorde de 2023 foi batido este ano quase três semanas mais tarde, quando as temperaturas à superfície começam geralmente a descer a partir do final de agosto.

A região mediterrânica é há muito classificada como um 'hotspot' (ponto quente) das alterações climáticas, pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8