Talude esquerdo do leito periférico direito do rio Mondego, em Montemor-o-Velho, colapsou na noite de domingo.
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática revelou esta segunda-feira que o Governo "vai recuperar os dois diques" que cederam no rio Mondego, em Montemor-o-Velho, e que espera ter os trabalhos "completamente" concluídos no prazo de dois meses.
"O risco de atingir Montemor-o-Velho, que nunca é nulo, é, neste momento, muitíssimo reduzido. Ontem [no domingo] estivemos já em obra a reforçar pontos mais frágeis. Nos sítios das ruturas não temos maneira de fazer chegar as máquinas. Aguardamos agora que o terreno vá secando e quero acreditar que, em dois meses, aqueles diques estão completamente reparados", afirmou João Pedro Matos Fernandes aos jornalistas, no Porto, à margem da cerimónia dos 70 milhões de passageiros do Metro.
O ministro notou que os diques suportaram uma pressão de água muito superior àquela para a qual tinham sido projetados e frisou que "a situação não foi mais grave pelo extraordinário trabalho de manutenção" realizado no local, nomeadamente com o investimento de "cinco a seis milhões de euros".
Este valor, explicou, foi gasto "a limpar leitos periféricos e com a obra de desassoreamento do Mondego frente à cidade de Coimbra que a Quercus contesta".
Matos Fernandes notou ainda que o Estado está "muito articulado" com a EDP "em todo o trabalho", tendo sido "pedida e combinada" uma "redução muito grande" nas barragens de Aguieira e Fronhas.
A intenção, disse, foi "permitir que a pressão em Montemor seja menor e que boa parte da água volte a entrar no leito do rio", ao mesmo tempo que permite "fazer as obras" de recuperação dos diques.
"Quisemos ganhar folga nas barragens. Temos, neste momento, dois metros de folga", sublinhou.
O ministro acredita que, tendo parado "o fenómeno agudo de chuva", será possível manter "estáveis" os valores a descarregar nas barragens "durante mais de um mês".
O talude esquerdo do leito periférico direito do rio Mondego, em Montemor-o-Velho, colapsou na noite de domingo, no local onde poucas horas antes tinha sido identificado um aluimento de terras, disse o presidente da Câmara.
Em declarações aos jornalistas, Emílio Torrão confirmou o colapso do talude esquerdo, numa extensão de 50 metros, bem como o transbordo de água para aquele canal a partir dos campos agrícolas que estão alagados, cerca de meio quilómetro a montante da ponte das Lavandeiras, na povoação de Casal Novo do Rio.
Emílio Torrão disse ainda que a situação do colapso estava sob controlo, após ter pedido ao ministro do Ambiente que a EDP pudesse suspender as descargas na barragem da Agueira.
O autarca explicou ainda que a operação de reforço do talude direito do leito periférico, numa das extremidades da povoação de Casal Novo do Rio, oposto àquele onde o talude esquerdo colapsou, foi já realizada com "uma frente de pedreira".
As autoridades identificaram ainda outro aluimento de terras no talude esquerdo do leito periférico - que está sujeito à pressão das águas que invadiram os campos agrícolas do vale central da bacia do Mondego e que, segundo o autarca, está dimensionado para resistir à força das águas no interior do leito mas não às que o pressionam do exterior.
Este aluimento, a jusante da ponte das Lavandeiras, não originou ainda um colapso do talude esquerdo, mas a autarquia de Montemor-o-Velho está a preparar um segundo reforço do talude direito, na zona frontal ao aluimento, também com uma barreira de pedra.
Ambas as intervenções de defesa pretendem impedir o eventual colapso do talude direito do leito periférico do rio que, se romper, a exemplo do sucedido nas cheias de 2001, poderá levar a água a invadir a vila de Montemor-o-Velho e a povoação da Ereira, a jusante daquela.
No leito principal do Mondego, a água que está a entrar na abertura do dique que colapsou no sábado, junto a Formoselha, está a canalizar 400 a 500 metros cúbicos por segundo (m3/s) para a zona agrícola (vale central) que agora pressiona os taludes do leito periférico direito.
Os efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos e um desaparecido e deixaram 144 pessoas desalojadas e outras 352 deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.600 ocorrências, na maioria inundações e quedas de árvores.
O mau tempo, provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou no sábado a depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil, num balanço feito esta segunda-feira às 10h00, disse que o distrito de Coimbra é aquele que ainda causa maior preocupação, apesar de o número de ocorrências ter "baixado significativamente", esperando-se a redução do leito do rio Mondego nos próximos dias.
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